terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Esara de Lucânia

Esara de Lucânia - (400 a 300) a.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Foi uma filósofa da antiguidade grega pertencente à escola pitagórica. É considerada uma das filhas de Pitágoras. Sua filosofia se debruçava em questões direcionadas para a metafísica que descreviam conceitos sobre a alma humana. Seu estudo sobre a natureza humana são ideias que relacionavam o direito ético-social com a moral individual. Sua obra é considerada muito importante para a compreensão da filosofia de outras pitagóricas de seu tempo, principalmente de sua mãe Theano e suas outras irmãs. Ela fez parte do grupo de mulheres pitagóricas que fundaram essa escola de pensamento. Acredita-se que ela tenha estudado as áreas da Matemática, Música e Filosofia. Esara também ficou conhecida na filosofia com os seguintes nomes: Aresas ou Aesara de Lucânia. As informações biográficas a seu respeito são muito escassas. De acordo com o historiador Estobeu, Esara desenvolveu uma teoria que falava sobre o conceito de natureza tripartida da alma. Ele chegou a preservar um fragmento da obra dela, em formato de prosa dórica. Provavelmente liderou a escola pitagórica por um curto período. Ainda não é possível descrever com clareza a data exata de seu nascimento e de sua morte, sabe-se apenas que ela floresceu, em meados do século IV a.C.

Filosofia da Natureza

Na sua obra “sobre a natureza humana” Esara refletia a respeito dos princípios da ética e da justiça, dialogando sobre como essas características se refletiam na alma humana. Suas ideias traçavam um paralelo entre alma, família e cidade. Ela descrevia que a natureza humana é como se fosse um modelo da lei e da justiça.  Explicava que assim como a lei e a justiça regulam a cidade, também seria possível investigar e descobrir vestígios dessas virtudes morais no seio familiar e na alma humana. Dissertava que Deus teria feito o homem diferente dos animais, pois somente ao homem teria sido dada a capacidade de ordenar a lei e a justiça, em sua alma. Toda essa ordenação estaria relacionada com a singularidade das partes e com a simetria entre elas. As relações existentes entre as partes que governavam e eram governadas iriam construindo o equilíbrio que se denominava de “legalidade da alma”, ou seja, a lei natural. Para ela, a melhor natureza humana (alma) que essas partes poderiam formar, estaria relacionada com um processo de associação entre as partes, dessa maneira, a forma mais apropriada era combinada do seguinte modo: o elemento “agradável” com a “excelência” e o elemento “prazer” com a “virtude”, pois assim, o intelecto conseguiria construir uma harmonia entre a “virtude” e a “educação”.  Sua obra dialogava entre uma visão macro e micro, desse sistema descrito por ela.

Filosofia da Mente

A sua teoria esclarecia que a alma possuía três partes: intelecto, impulso e o apetite. O intelecto seria responsável por executar o conhecimento e a prudência. O impulso era encarregado de operar a força e o poder. E o apetite estaria incumbido de controlar o amor e os afetos. Todas essas partes estariam ordenadas entre si, realizando uma tripla operação. Nesse sentido, ela argumentava que uma das partes tenderia a se tornar superior em relação às outras, daí, a parte que se destacava, dentre essas três, se tornava mais poderosa e passava a manter o controle sobre as outras duas. Desse modo, a mais fraca se tornaria inferior e passaria a ser controlada. E uma delas se tornava intermediária, governando a mais fraca e sendo governada pela mais forte. A partir disso, acontecia um processo de harmonia dinâmica entre as partes. 

Segundo ela, o processo de introspecção profunda de uma pessoa poderia gerar, nessa pessoa, a capacidade de compreensão dos fenômenos filosóficos naturais das leis e o entendimento das estruturas morais que se relacionam com essas leis. Desse modo, ela argumentava que seria possível através da reflexão, encontrar um fundamento filosófico natural da lei e da moral. Dizia que havia uma integração das partes da alma e que para que ocorresse essa integração seria necessário que houvesse uma harmonia a qual ela chamou de “justiça”. Por isso, a lei e a justiça seriam os pilares que sustentavam dentro desse processo: a harmonia, a igualdade e o equilíbrio da alma. Ao investigar a natureza da alma, ela acreditava na possibilidade de compreensão da estrutura jurídica do sujeito de maneira individual e social. O sentido da vida de um cidadão, homem ou mulher, seria propagar a justiça e a harmonia na cidade e no lar. Esse papel, de ajuda mútua e equilíbrio entre os cidadãos, era o que formaria a base de sustentação de uma sociedade.

Filosofia Sapiencial

+ “O lar é um microcosmo do estado”.

+ “A melhor vida humana é aquela em que o intelecto harmoniza prazer e virtude”.

+ “A natureza humana me parece fornecer um padrão de lei e justiça tanto para o lar quanto para a cidade”.

Obra:

- Sobre a Natureza Humana

Fontes:

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5º ed. São Paulo: Martins, 2007. 

BRUMBAUGH, Roberte. Sherrick. Os filósofos da Grécia. Albany: Universidade de New York, 1981.

BONELLI, Maddalena. Filósofos, professores e Imperatrizes: Por um novo cânone da História da filosofia antiga. Vol. 10. História e Literatura. Roma: Letture.org.  2000.

BURNET, Jonh. A aurora da Filosofia Grega. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: PUC, 2006.

COPLESTON, Frederick. História da Filosofia. Londres: Search Press, 1946.

ESTOBEU, Giovanni. Antologia. AlessandriaDell Orso, 2008.

FERREIRA, Maria Luísa Ribeiro. As Mulheres na Filosofia. Lisboa. Colibri, 2009.

LAÊRTIOS, Diógenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. 2ª ed. Brasília: UnB. 2008.

MÉNAGE, Gilles. História das mulheres filósofas. Herder Editorial. 2012.

MIGLIORATI, Manuela. Le Filosofe della Scuola Pitagorica: il caso di Esara di Lucania. Master: Univ. Genéve, 2019.

OLSEN, Kirstin. Cronologia da História da Mulher. Greenwood Press 1994.

PACHECO, Juliana. Filósofas: A presença das mulheres na filosofia. BRASIL. Editora FI. 2016.

PIOVEZANE, Helenice. Vieira. As mulheres na filosofia: A antiguidade. Vol. 1. São Paulo. Nova Acrópole. 2016.

POMEROY, Sarah. Mulheres pitagóricas: Sua história e escritos. Baltimore: Universidade Johns Hopkins, 2013.

PORFÍRIO. A vida de Pitágoras. Barcelona: Planeta de Agostini, 1996.

WAITHE, Mary Ellen. The history of women philosophers. Vol. 1. Boston: Martinus Nijhoff, 1987.


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Diógenes de Apolônia

Diógenes de Apolônia- (499 a 428) a.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Foi um filósofo grego da antiguidade apelidado de “o físico”. Provavelmente tenha sido um dos últimos filósofos considerados pré-socráticos, pois resgatou alguns pensamentos da primeira escola filosófica grega, ou seja, a chamada escola de Mileto. Era visto como um filósofo pertencente à classe dos filósofos ecléticos. Os ecléticos buscavam juntar ideias de duas ou mais escolas de pensamento. Alguns pesquisadores atribuem a ele a criação dessa escola, pois sua obra se contrapõe a alguns dos conceitos pluralistas, mas se assemelha com outros. Dessa forma, suas ideias dialogam entre os conceitos monistas e as teorias hilozóicas¹, isto é, matéria dotada de consciência. Por conta do fato de ter relacionado às concepções do “ar” de Anaxímenes com as ideias do “noûs” de Anaxágoras, é que seu sistema de pensamento ficou definido como sendo uma espécie de ecletismo. Tentou unificar parte das teorias desses dois filósofos propondo como “arché” uma substância mesclada de “ar-razão”, ou seja, a mistura entre “ar” e o “logos”.

As teorias de Diógenes superam de forma teleológica as ideias de seus mestres, chegando a influenciar os filósofos de sua época e o pensamento socrático. Os estudos do filósofo Arquelau de Atenas, por exemplo, possui muitas semelhanças com as ideias de Diógenes de Apolônia. Seu pensamento se diferenciava dos outros filósofos do seu tempo por estabelecer um conceito de racionalidade para o principio gerador. Pensadores acreditam que ele pode ter sido discípulo do filósofo Anaxímenes, esse fato foi confirmado pelo filósofo Antístenes. Dedicou-se as áreas da Medicina, Filosofia, Física, Astronomia e Meteorologia. Relatos antigos dão conta de que seu pai era um forte banqueiro local, conhecido pelo nome de “Apolotêmis”. Assim como Sócrates, Diógenes despertou a desafeição e a inveja de alguns grupos, por isso sofreu perseguições e acusações, tendo que fugir de sua cidade natal. Nasceu por volta de 499 a.C, na cidade de Apolônia e veio a falecer em 428 a.C.

Filosofia da Natureza

Mesmo bebendo da fonte dos filósofos pluralistas, sua doutrina é considerada monista, pois ele acreditava que se houvesse uma multiplicidade de elementos geradores, eles não poderiam se misturar e exercer forças de uns sobre outros, ou seja, pensava a realidade como sendo formada por uma unicidade. Dito isto, teorizava que as coisas surgiam através da metamorfose de um mesmo elemento singular. Essa substância geradora seria o “ar-infinito” e teria como característica fundamental uma espécie de inteligência. Esta "inteligência-ordenadora" seria semelhante ao conceito de Deus, pois seria onipresente, onipotente e onisciente. O “ar-infinito-inteligente” governaria tudo de maneira absoluta, utilizando-se de tudo, ocupando-se de todas as coisas e de todas as partes da matéria. Essa “arché” também se caracterizaria por modificar as suas formas, preenchendo espaços vazios ou diminuindo sua ocupação. A sua transfiguração se daria de maneira infinita podendo se tornar quente ou frio, seco ou úmido, estático ou móvel. Por descrever o “ar” como algo dotado de razão e inteligência, muitos pensadores vão descrever sua doutrina como sendo o “hilozoísmo”, pois considerava que a matéria continha sensibilidade e seria animada.

Ele acreditava que todos os animais possuíam almas e que todos os seres se diferenciavam pela temperatura dessa alma, isto é, o calor ou frio variava em cada ser. Esse “ar” poderia ser mais quente em alguns aninais ou mais frio em outros, porém a substância primordial seria a mesma. O calor da alma seria o que caracterizaria a identidade dos seres, entretanto todos os sentidos seriam captados da mesma maneira, através do elemento: “ar-infinito-inteligente”. Seu conceito de alma se traduzia como sendo um “ar-pensante” que se manifestaria através do pulsar da vida. Segundo Diógenes, quando acontece a morte, esse “ar” sai do corpo e se emana para outros lugares. Para ele, a alma humana teria surgido do “ar” e esse “ar-sábio” seria responsável pelo princípio do movimento e da vida. O “ar” seria uma espécie de inteligência ordenadora ao qual orientava e engendrava o pensamento. A mente seria gerada através da presença de “ar” dentro do sangue, e que, ao correr pelas veias, penetraria no corpo e desenvolveria a inteligência. Esse “ar” gerava movimento nas coisas e os movimentos iriam, aos poucos, criando novas coisas na natureza. Tudo que existe seria uma modificação da mesma substância primordial criadora da vida.

Filosofia Cosmológica

Ele acreditava que os corpos celestes seriam semelhantes às rochas vulcânicas. Dizia que os astros fluorescentes, em que poderia ser visualizado seu brilho, possuíam ao seu redor, vários outros corpos que seriam invisíveis. Seu "logos-ordenador" explicava a formação do tempo atmosférico, do ciclo dos anos e do ciclo das chuvas. Teorizou a respeito da origem dos meteoritos. Ao observar o universo das mutações, na filosofia da natureza, Diógenes traçou um ordenamento teleológico a respeito dessas mudanças. Pontuando as alternâncias climatológicas, as mudanças meteorológicas, as estações do ano e os ciclos dos astros, tudo isso, como sendo um processo ordenado de fatos que necessitariam de uma mente geradora. Desse conceito ele exprimiu sua teoria de explicação fenomenológica para a criação de tudo.

O seu “ar-pensante” seria um elemento que possuiria fácil adaptabilidade e poderia se ajustar a várias formas físicas. Os processos de rarefação e condensação do “ar”, por exemplo, promoveriam mutações nas coisas, produzindo e modificando a qualidade do “ser”. Esse “ar-infinito-consciente” criaria vários mundos possíveis em uma série de sucessões infinitas da realidade. O “ar-pulsante” seria também a fonte inicial da vida para todos os entes animados.  Esse princípio único também era eterno e ilimitado, pois gerava e destruía tudo que existe. Esse elemento, que seria o “ar- infinito” dotado de razão propiciava a aparição das coisas, que se daria através de um desenvolvimento dinâmico e combinado desse elemento gerador. 

Filosofia Medicinal

Na área da medicina, ele estudou as questões relativas à anatomia do corpo e algumas patologias psíquicas. Explicava que as funções cognitivas do corpo eram afetadas pelo “ar” que provinha de um meio exterior ao corpo. Quando o ar de fora entrava no corpo e se misturava com o ar de dentro do corpo, isso provocava sensações que agitavam os órgãos e os sentidos. Especulou teorias a respeito das veias do corpo e da sua distribuição no organismo humano. Acreditava que o sangue continha ar e que ao percorrer toda a cabeça, ele transmitiria a sensação do pensamento, ou seja, o ar contido no sangue produzia a consciência. O esperma era visto como uma extensão do sangue, e por isso poderia também influenciar nas sensações e pensamentos. Estabeleceu critérios para a formação de diagnósticos, os quais definiam a “cor” do paciente como sendo um subsídio para a investigação da doença. O “ar” seria o fator mais importante de análise entre a saúde e a doença. Através do exame da língua, ele também relacionava a cor dela e o seu estado, como sendo fatores de reconhecimento das infecções. Ensaiou algumas pesquisas no campo da embriologia e da fisiologia. Especula-se que ele tenha escrito um tratado sobre as causas das doenças e seus remédios.

Filosofia da psique

Sua filosofia antecipava alguns questionamentos a respeito da filosofia da mente, pois ele discorria sobre a inter-relação que existiria entre a inteligência, a vitalidade, o pensamento e o prazer. Com isso, ele  conectava as ideias de correspondência da razão, da vida, da compreensão e do contentamento com os aspectos fisiológicos ligados a quantidade do “ar” e do sangue no cérebro. Em paralelo, ele também relacionava essas teorias com os conceitos de ordem e movimento da natureza. Nesse contexto, existiria uma afinidade entre suas concepções a respeito das emoções do corpo, da psique-intelectiva e a natureza ordenada.

Explicava que se o “ar” era o que gerava a vida e a vida seria dotada de uma alma, como consequência o “ar” também era alma. Esse “ar-espírito” teria uma espécie de poder absoluto sobre os fenômenos ligados à criação da vida, tanto dos seres vivos de toda a natureza, como também da existência humana. Os aspectos físicos dessa substância eram consideradas amorfas e de fácil adaptação ao ambiente. Ela geraria certas vibrações que faziam com que os corpos vibrassem juntos com esse “ar”. Esse “vento-alma” reuniria em si dois aspectos fundamentais que seriam: os conceitos “vitais” juntamente com os conceitos da “inteligência”, ou seja, inteligência e vida. O fluxo do sangue e o ritmo de “ar” por todo o corpo influenciaria o estado de ânimo de uma pessoa, gerando momentos de bem-estar ou mal-estar. Esse movimento do ar e do sangue pelo corpo seria responsável por momentos de prazer e de desânimo. Nesse sentido, a anatomia do corpo também teria um papel importante, pois essa correspondência do “ar” afetava o corpo, influenciando o pensamento e as decisões de alguém.

Filosofia Sapiencial

+ “Nada procede do não ser, e nada se resolve no não ser”.

+ "A alma é a mesma", porém "as criaturas vivem, veem e ouvem pela mesma coisa".

+ O ar sobe ao mais alto e desce ao mais baixo e preenche todos os espaços”.

+ “A terra é redonda, está ao centro, suportada pelo ar. O sol é uma espécie de pedra pomes”.

+ “Em minha opinião, a substância primordial é imensa, onipotente, eterna, imortal e sapiente”.

+ “A substância primordial existe, em si e para si, é um corpo eterno e imortal, embora tudo o mais feneça e morra”.

+ “A nossa alma é “ar-pensamento”, que, vivendo, respiramos, e que exala-se com o último suspiro quando morremos”.

+ “Todos estes entes, uma vez que se diversificam a partir de um só, se tornam diferentes em circunstâncias diversas e retornam ao mesmo”.

+ "No preâmbulo de qualquer discurso parece-me necessário estabelecer-se um princípio irrefutável e fazer-se uma exposição simples e elevada."

+ “O ar é o princípio de todas as coisas. Existem mundos infinitos e infinito é também o espaço. O ar produz os mundos ao condensar-se e rarefazer-se.

+ “Os homens e os outros seres animados vivem da respiração do ar. E isto são para eles alma e inteligência; porque, se lhes for retirado, morrem e sua inteligência se apaga”.

+ “Com as estrelas visíveis giram pedras que são invisíveis e, por isso, sem nome. Elas costumam cair no chão e se extinguir, como a estrela de pedra que caiu em chamas em Egospótamo."

+ “Além destes, existem, como complemento, estes importantes testes: os homens e outros animais vivem do ar, visto que o respiram, e isto é para eles, alma e inteligência, como será claramente demonstrado neste tratado, e se isso é tirado deles, eles morrem e sua inteligência os abandona.

+ “Enquanto o todo está em movimento, uma parte do todo escasseia enquanto outra se condensa. Onde o denso se reúne, ele produz a Terra por condensação, e é da mesma maneira que outras coisas são produzidas; pelo contrário, as partes mais claras, por serem dispostas acima, dão origem ao Sol”.

+ “E eu entendo que o que tem inteligência é o que os homens chamam de ar. Todos os homens são governados por ele, e ele domina todas as coisas. Também entendo que isso é precisamente Deus, e que ele alcança tudo e dispõe de todas as coisas e está presente em tudo. Não há nada que não participe dele.”

+ “Parece-me, que todos os entes são diversificações de um só e são um só. E isto é bem claro: porque, se os que agora existem neste mundo, - a terra, a água, o ar, o fogo e todos os mais que aparecem neste mundo, - fosse cada um diferente do outro, diferente por sua própria substância, e não um mesmo ente que de muitas maneiras muda e se diversifica, de nenhum modo poderiam eles, misturarem-se uns com os outros, nem ajudar-se ou prejudicar-se entre si. Não poderia a planta surgir da terra, nem o animal, nem outra coisa poderia nascer se não estivessem de tal modo constituídos que fossem o mesmo”.

Fatos e Curiosidades

Alguns historiadores afirmam que o comediógrafo Aristófanes teria feito uma paródia das ideias de Diógenes, na sua peça “As Nuvens”. Nessa peça ele faz uma analogia do “pensamento-ar” de Diógenes com as nuvens. Mostrando um filósofo descendo das nuvens, pensando a respeito do “ar” e ao mesmo tempo contrapondo-se aos sofistas que estariam em terra.

Obras:

- Contra os sofistas;

- Tratado sobre Meteorologia;

- Da natureza do Homem;

- Sobre a ciência da natureza;

Fontes:

ARISTÓFANES. As Nuvens.  Rio de JaneiroExpresso Zahar. 1995.

ARISTÓTELES. Metafísica. Tradução do português, textos adicionais e notas de Edson BINI. São Paulo: Edipro, 2012.

BORNHEIM, Gerd. Os Filósofos Pré-Socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.

BURNET, John. A aurora da filosofia grega. 1ª ed. Rio de Janeiro: PUC RIO, 2007.

CAPPELLETTI, Ángel. Los Fragmentos de Diógenes de Apolônia: Y la Segunda filosofia Jônica. Itália: Editora Brochura, 1975.

CIVITA, Victor. Pré-Socráticos: Os pensadores. São Paulo: Nova Cultura LTDA, 1996.

GOMES, Pinharanda. Filosofia Grega Pré-Socrática. 4ª ed Lisboa: Guimarães Editora, 1994.

HUISMAN, Denis. Dicionário dos Filósofos. Martins Fontes, 2001.

KIRK, Geoffrey; RAVEN, John; SCHOFIELD, Malcom. Os filósofos pré-socráticos. Trad. Calor Alberto Louro Fonseca. 7ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1983.

LAÊRTIOS, Diógenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. 2ª ed. Brasília: UnB, 2008.

MCKIRAHAN, Richard. A filosofia antes de Sócrates: uma introdução aos textos. São Paulo: Paulus, 2013.

PLUTARCO. Vidas Paralelas. Trad. Carlos Alcade Martín e Marta González González. Madrid: Gregos, 2010.

REALE, Giovanni. Pré-Socráticos e Orfismo: historia da filosofia grega e romana. São Paulo: Edições Loyola, v. I, 1993.

REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. 3ª.ed. Vol.1. São Paulo. Paulus,1990.

SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2010.

SIMPLICÍO. Física.  Trad. Alexandre Costa. Anais de filosofia clássica. Vol. 3. N; 06. Rio de Janeiro: UFRJ. 2009.

VERNANT, Jean. Pierre. As origens do pensamento grego. 20ª ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002.

VERNANT. Jean Pierre. Mito e pensamento entre os Gregos. Rio de Janeiro: PUC, 1965.

 

Notas

¹Hilozóicos. Na filosofia esse termo foi utilizado para conceituar os pensadores que acreditavam que a matéria era dotada de consciência, ou seja, o universo ou a natureza era um ser animado, que possuía vida própria.