segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Hipódamo de Mileto

Hipódamo de Mileto – (498 a 408) a.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Foi um filósofo urbanista da Grécia antiga, apelidado de Hipodâmico. É considerado o pai do planejamento urbano e visto como um dos grandes arquitetos da antiguidade. Seu sistema de pensamento está voltado para as correntes de pensamento da filosofia político-social. Era titular de um vasto conhecimento erudito em muitas áreas. Estudou as áreas de Arquitetura, Planejamento Urbano, Matemática, Medicina, Meteorologia, Geopolítica e Filosofia. O filósofo Aristóteles afirma que Hipódamo foi o primeiro filósofo a escrever um tratado sobre a teoria do governo. Descreve-o como sendo um homem muito vaidoso que fazia questão de se apresentar de maneira estética com uma exótica cabeleira e com roupas de alto valor. Existem fortes indícios de que ele possa ter estudado com os pitagóricos, embora outros historiadores o classifiquem como pertencente à escola Jônica. Alguns pensadores o consideram como sendo o primeiro urbanista a criar ordem no caos. Essa metáfora retrata os conhecimentos físicos e matemáticos utilizados por Hipódamo para projetar as cidades de maneira regular em locais que antes eram considerados desorganizados. Segundo relatos, ele teria ajudado a reconstruir a cidade de Mileto após a guerra contra os persas. Seu modelo de planejamento teria sido aplicado em algumas colônias gregas e se estendido também para outras regiões da Grécia. Nasceu no ano de 498 a.C, em Mileto e faleceu por volta de 408 a.C.

Filosofia Política

Hipódamo estudou os problemas funcionais das cidades e estabeleceu relações com a estrutura administrativa da “polis”. Sua ideia de arquitetura urbana privilegiava uma estrutura de funcionalidade para a cidade juntamente com os aspectos políticos. Desenvolveu essa relação funcional da “polis” com as teorias de administração do Estado. Também associou os conhecimentos matemáticos e físicos com o planejamento urbanístico. Seu modelo de pensamento trabalhava os conceitos de perfeição, simetria, luxo, e conforto, assim sendo, sua filosofia tentava unir ideias de uma sociedade produtiva, em que os aspectos políticos e ambientais pudessem manter certo bem-estar social. Sua proposta de pensamento levava o conceito de “polis” a projetar cidades que pudessem levar conforto ao maior número possível de cidadãos. Ele ficou conhecido por ser o introdutor de uma planificação apoiada em ruas largas que se cruzavam em ângulos retos. Devido ao fato de possuir um formato quadricular ou retangular semelhante a um tabuleiro de xadrez, seu modelo de planejamento urbano ficou conhecido como “plano de grelha”. Além disso, também é visto como um dos primeiros filósofos que idealizaram uma cidade com traços de uma matriz ortogonal.

Com isso, ele estabeleceu a arte de traçar diferentes quarteirões em uma cidade com o objetivo de marcar as divisões. Além da arte de projetar cidades, ele também se dedicava ao ofício de investigar a melhor forma de governo para uma "polis". Para ele, a planta de uma cidade poderia formalmente materializar e explicar uma ordem social e lógica da urbe. Ele também era considerado um pioneiro no estudo sobre o planejamento urbano, tendo inclusive idealizado conceitos de cidades perfeitas. Esse modelo era embasado em blocos habitacionais entre si, onde casas e espaços públicos poderiam adquirir formatos padronizados que passaram a ser chamados, entre os arquitetos, de “traçados hipodâmicos”.

Filosofia Social

Em sua cidade ideal ele afirmava que o número máximo de habitantes deveria ser de dez mil. Dizia que os cidadãos que produzissem coisas úteis na sociedade deveriam ser recompensados. Com relação às leis ele defendia a existência de apenas três formas de ações judiciais: ações de injúria, insulto e homicídio. A suprema corte deveria ser composta por anciães e os demais magistrados eleitos pelos cidadãos. Ensaiou noções jurídicas a respeito das leis sobre patentes. Propôs a divisão dos cidadãos em três classes sociais: soldados, artesãos e lavradores. Além disso, projetou o solo urbano também em três partes: sagrado, público e privado. Em relação ao solo sagrado, explicava que ele deveria ser utilizado para o culto aos deuses, já o solo público deveria ser utilizado para o uso dos guerreiros, e o solo privado seria destinado aos agricultores. Advogava a favor da tese de que os filhos dos cidadãos mortos em combate deveriam ser sustentados pelo Estado. As ideias de Hipódamo em relação ao planejamento das cidades gregas eram de uma ordem que regularizavam o cenário confuso das antigas cidades. Entre os principais estudos de planejamento realizado por ele, destaca-se o planejamento urbano da cidade de Pireu e o planejamento urbano da colônia de Túrio. Nesses estudos ele utilizou fórmulas polinomiais para a construção e infraestrutura hidráulica dessas cidades. O filósofo Aristóteles fez duras críticas aos sistemas pensados por Hipódamo, pontuando várias disfunções que poderia existir nesses modelos de sistemas.

Fontes:

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5º ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

ALBUQUERQUE, Marcelo. Roma Antiga para artistas, arquitetos e viajantes. Arte e Culturas. Independently published, 2020.  

ARISTÓTELES. A política. Trad. Nestor Chaves. Bauru: EDIPRO, 2ª ed. 2009.

BARNES, Jonathan. Filósofos pré-socráticos. Trad. Julio, Fischer. São Paulo: Martins Fontes. 1997.

BENEVOLO, Leonardo. História da cidade. 5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.

CHISHOLM, Hugh. Hipódomo. Enciclopédia Britânica. 11ª ed. Cambridge: University Press, 1911.

ESTRABÃO. Geografia. Coleção livros III ao X. Grécia antiga. Universidade de Coimbra.

GLOTZ, Gustave. A cidade grega. Rio de Janeiro: Editora Difel, 1980.

JAEGER, Werner. Paidéia: A formação do homem grego. São Paulo, Martins Fontes, 1989.

LAÊRTIOS, Diógenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. 2ª ed. Brasília. UnB. 2008.

MENENDEZ, José Luiz. Fontes antigas sobre o urbanismo de Hipódamo. Universidade de Barcelona. 1997.

SILVA, Kalina Vanderlei. Dicionário de Conceitos Históricos. São Paulo: Contexto, 2010.

TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Tradução, R.M.R. Fernandes e M.G.P. Granwehr. Coimbra: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010.

VERNANT, Jean. Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Difel, 20ª ed. 2002.

VERA, Luiz Cevera. As Cidades Teóricas de Hipódamo ​​de Mileto. Hungria: Academia Real de Belas Artes, 1987. 

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Demócrito de Abdera

Demócrito de Abdera – (460 a 370) a.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Foi um filósofo da Grécia antiga que viveu no período de transição entre os pré-socráticos e a filosofia clássica. Ele foi discípulo de Leucipo de Mileto e mestre do sofista Protágoras de Abdera. Além disso, também teria exercido grande influência na obra do filósofo Epicuro. Demócrito juntamente com seu mestre Leucipo são os fundadores do atomismo. Suas obras são consideradas como sendo de caráter materialista, mecanicista e determinista, pois explicavam a ordem do cosmos através da natureza. A frase que sintetizou seu pensamento foi: “há apenas átomos e vazio”. Possuía uma boa condição de vida o que lhe permitiu realizar muitas viagens pelo mundo antigo, com isso aperfeiçoou os diversos saberes que assimilava. Historiadores apontam que ele teria escrito aproximadamente noventa obras, porém apenas alguns fragmentos se conservaram no tempo. O descrito atomista também estudou as áreas da Matemática, Astronomia, Música, Línguas, História, Geografia e Ética. Entre seus principais temas de estudo estavam o problema da ética, da natureza e da educação. O nome “Demócrito” no grego antigo significava: “o escolhido do povo”. Demócrito ficou conhecido como o “filósofo hilário”, pois vivia rindo de tudo, até das suas próprias explicações sobre filosofia. Acreditava que o sorriso atraía conhecimento. Nasceu na cidade de Abdera, por volta do ano 460 a.C e veio a falecer, em 370 a.C.

Filosofia Atomista

A partir dos ensinamentos de seu mestre, ele desenvolveu e sistematizou a “teoria atômica” que também ficou conhecida como “atomismo”. Esse modelo de pensamento era explicado apenas no campo filosófico, pois ainda era um pensamento primitivo em relação às ideias atômicas que viriam a surgir na modernidade. Segundo Demócrito, a matéria poderia ser dividida até chegar a uma partícula mínima que seria indivisível, essa partícula era chamada de átomo, isto é, sem divisão. A palavra átomo significa indivisível e vem da junção de “a” que quer dizer “não” e “tomos” que tem o sentido de “parte”, ou seja, parte “não-divisível”.

A teoria atomista foi desenvolvida por ele quando ao observar a natureza Demócrito teria visto um raio de sol penetrando por uma fresta na porta de um quarto, daí notou as pequenas partículas de poeira dispersas no ar e obteve o seguinte raciocínio: “os átomos são como partículas de poeira, um turbilhão de partículas que se colidem de forma aleatória, eles também se expelem, porém existem alguns que nunca se tocam”.  O pensador Aristóteles explicou algumas ideias a respeito da obra de Demócrito, demonstrando que para a matéria se deslocar no espaço, seria necessário existir um grande vazio, ou seja, um vácuo infinito onde uma quantidade infinita de átomos se deslocaria nesse espaço. Dessa forma, deveria então existir partes vazias para que assim fosse possível existir o movimento entre os átomos, porém se a matéria se dividisse em partes cada vez menores, e de forma infinita, então não haveria consistência nessa matéria, nesse sentido, a matéria não poderia se formar de outras partes menores, em razão do espaço vazio sofrer pressão da formação infinita de divisões. Desse modo, a divisão da matéria não poderia ser infinita, ao contrário, deveria ser finito, consequentemente, esse fenômeno de divisão mínima da matéria, seria entendido como sendo os átomos. O conceito de vazio definido pelo Demócrito teria relação com a ideia de espaços que existiam entre os átomos.

Nas suas obras, ele explicava que os átomos possuíam um formato geométrico, daí esse aspecto simétrico permitiria que existisse encaixe entre eles, assim sendo, esses átomos ao serem combinados, produziriam outras substâncias que eram geradas por processos mecânicos. Sua visão do átomo se assemelhava ao que atualmente se chama de partes de uma molécula. Demócrito tentou resolver a oposição de ideias que existia entre Heráclito e Parmênides, desse modo, ele afirmou que o universo seria composto por dois elementos básicos, o átomo que era o “ser” e o vácuo denominado de “não-ser”. Além de ser indivisível, o átomo de Demócrito também apresentava as seguintes características, ele seria: invariável, individual, invisível, incompreensível, indestrutível, eterno e estaria em movimento constante, tendo tamanho e formatos diferentes, ocupando ordenamento e posições variadas, em vista disso, a matéria seria construída pela combinação desse modelo de átomo que era esférico, leve e aquecido. Através desse estudo físico e mecânico, ele afirmava que o átomo seria indestrutível, e que eles teriam pesos diferentes. Era eterno porque nada poderia ter surgido do nada.

Filosofia Cosmológica

Para Demócrito, o universo era formado por infinitos átomos de diversos formatos que se chocavam e se repeliam o tempo todo. Alguns átomos, como um jogo de quebra-cabeça, possuiriam afinidade com outros átomos e poderiam se unir formando uma diversidade de matéria. Da mesma forma que a matéria se formaria com o choque aleatório de átomos afins, a matéria também se desintegraria com o movimento dos átomos.  Para ele, a consistência dos aglomerados de átomos era o que fazia com que algo se parecesse com os “Estados da Matéria”, isto é, o sólido, o líquido, o gasoso e o anímico (estado de espírito), a matéria seria então determinada pelo formato (figura) e arranjo dos átomos envolvidos, logo, os átomos poderiam ter os seguintes formatos:

Os átomos de aço possuíam um formato que se assemelhava a ganchos, que os prendiam solidamente entre si. Os átomos de água eram lisos e escorregadios. Os átomos de sal como demonstravam o seu gosto, seriam ásperos e pontudos. Os átomos de ar seriam pequenos e pouco ligados, penetrando todos os outros materiais. Os átomos da alma e do fogo eram esféricos e muito delicados. (Demócrito).

Seu modelo cosmológico descrevia o vácuo como um vazio que ele denominou de “não-ser”. Para ele, esse vácuo era uma espécie de oposição aos átomos. Ele também chegou à conclusão de que existiriam aglomerados gigantes de estrelas, ou seja, galáxias que devido a distância delas em relação à Terra, elas pareceriam pequenas, por isso eram confundidas com as estrelas. Além da teoria do atomismo, ele também acreditava que o universo era infinito e que existiam muitos mundos iguais ao nosso por todo o universo.

Filosofia teleológica

Ao contrário do que afirmavam muitos filósofos de seu tempo, Demócrito acreditava que não existia uma causa primeira ou inteligente para tudo, pois assim como os átomos seriam eternos, assim também a natureza se autorrevelaria, isto é, ela sempre existiu, de maneira que tudo “sempre foi, é, e sempre será”. Segundo o filósofo Diógenes de Laércio, Demócrito acreditava que tudo acontecia por força da necessidade, essa força seria como um vórtice gerador da gênese de todas as coisas. Dessa maneira, argumentava que o fim absoluto de tudo era a serenidade da alma, que poderia ser adquirida pelo equilíbrio e pela calma. Essa calma seria a ausência de emoções que perturbavam a alma, como o medo e as superstições.

Sua visão materialista explicava os fenômenos através das leis naturais, por isso os átomos poderiam se unir e se separar de maneira harmônica, porém eram indivisíveis em seu aspecto físico. Nesse sentido, a causa de tudo seria resultado das leis naturais e a mecânica do mundo poderia explicar os fenômenos da natureza. Para Demócrito, a física explicava de forma material como era feito a realidade e a lógica definia os fundamentos do que poderia ser conhecido como verdade. Através da união desses saberes, seria formada a ideia de moral. Ele também acreditava que a alma humana era feita de átomos e que por isso ela sofreria um processo de decomposição e adaptação. Embora os átomos fossem eternos, os corpos poderiam perecer, mas sua essência não, pois a alma era formada por átomos semelhantes ao aspecto volátil do fogo. Desta forma, os átomos da alma se dispersam no espaço, isto é, quando uma pessoa morre, os átomos de sua alma se espalham para todas as direções, podendo se agrupar ou se agregar a outra alma. Dito isto, compreende-se que na sua visão, a alma não seria imortal.

Filosofia Moral

Para Demócrito, não seria possível ao homem ter um livre-arbítrio absoluto, pois a liberdade de escolha era uma ilusão, já que não seria possível ao homem alcançar todas as causas que o levam a uma decisão plena. Porém, o indivíduo poderia controlar seus impulsos e desejos, pois a alma exerceria uma ordenação capaz de direcionar o homem em um caminho ético e moral na sociedade. Sustentava que se deveria buscar a felicidade na moderação dos desejos e no reconhecimento da superioridade da alma sobre o corpo. Para ele, os sentidos enganam os indivíduos em relação à compreensão dos átomos, desta forma, ele dizia que cada sentido que o corpo possuía poderia ser entendido pelo formato específico de cada átomo, logo, o homem teria uma sensação sobre os fenômenos. Nesse contexto, ele observava que:  “os homens acreditam que branco e o preto, o doce e o amargo e todas as outras qualidades do gênero, são algo de real, quando na verdade só o que existe é o ente e o nada”.

Filosofia do Conhecimento

Ele definia duas formas de conhecimento, que seria o conhecimento inteligível, e o conhecimento sensível. Daí explicava que apenas o inteligível seria de fato verdadeiro, pois o conhecimento sensível dependeria dos sentidos, e os sentidos não captavam a realidade de maneira totalmente real, apenas de forma simples. Afirmava que o pensamento era um processo físico e que o objetivo da vida seria a felicidade. Boa parte da ciência moderna foi bastante influenciada pelos pensamentos de Demócrito. Ele foi considerado um escritor prolífico e visto por muitos como o pai da ciência. Tinha uma forma de escrita em formato de poema na qual desenvolvia suas ideias científicas e filosóficas.

Filosofia da Matemática

O pensamento de Demócrito foi influenciado pela escola pitagórica no sentido do formato geométrico dos átomos. Além disso, Demócrito também chegou a estudar alguns ramos da Matemática como, por exemplo, os problemas relacionados aos volumes das figuras geométricas e suas relações com cálculos infinitesimais. Também estudou conceitos ligados aos números irracionais e dissertou a respeito das tangentes. Na geometria, ele descreveu que o volume de um cone é um terço do volume de um cilindro de mesma base e altura, e que o volume de uma pirâmide seria um terço do volume de um prisma de mesmas base e altura.

Curiosidades:

Demócrito era um homem muito viajado, por isso se envaidecia como sendo o filósofo que mais tinha percorrido o mundo da época e também o que mais tinha conversado com sábios de todos os lugares. Conta-se que certa vez, tendo ido a Atenas, desapontou-se porque ninguém na cidade o conhecia.

Obras:

 - Pequena ordem do mundo

- Da forma e do entendimento

- Do bom ânimo,

- Preceitos.

- Sobre Pitágoras

Filosofia Sapiencial 

+ “O homem é um microcosmo.”

+ “A palavra é à sombra da ação.”

+ “A ignorância do bem é a causa do mal.”

+ “A alegria é mais sábia que a sabedoria”.

+ “O sol visita a latrina e não se contamina.”

+ “O caráter de um homem faz o seu destino.”

+ “Os homens, ao fugir da morte, perseguem-na.”

+ “O prazer do amor é apenas uma curta epilepsia.”

+ "É sinal de alma elevada suportar os excessos dos outros".

+ “Os grandes prazeres nascem de contemplar as belas obras”.

+ "Tudo o que existe no universo é fruto do acaso e da necessidade”

+ “Desejar violentamente uma coisa é tornar-se cego para as demais.”

+ “Bom não é apenas não ser injusto, mas, também, não querer sê-lo.”

+ “Na realidade, não conhecemos nada, pois a verdade está no íntimo”

+ "Não se poderá jamais chegar, a saber, o que cada coisa realmente é"

+ “Quem faz o homem feliz não é o dinheiro: é a retidão e a prudência.”

+ "Devemos nos distanciar dos erros, não por medo, mas por obrigação"

+ “A felicidade não reside nas posses e nem em ouro, ela mora na alma”.

+ “Sábio é quem não se aflige com o que lhe falta e se alegra com o que possui”.

+ “Toda a terra está ao alcance do sábio, já que o pai de uma alma elevada é o universo.”

+ "A virtude deve ser provada através de fatos e atitudes e não apenas por palavras".

+ “Se você sofreu alguma injustiça, console-se; a verdadeira infelicidade é cometê-la.”

+ “O bem não significa simplesmente não fazer o mal, mas antes não desejar fazer o mal".

+ "É uma questão de sensatez cedermos diante da lei, diante do governante e diante do mais sábio".

+ “Falsos e hipócritas são aqueles que tudo fazem com palavras, mas na realidade nada fazem.”

+ “Para todos, o belo e o verdadeiro são a mesma coisa, mas o agradável é diferente para cada um”.

+ “A amizade de um único ser humano inteligente é melhor do que a amizade de todos os insensatos”.

+ “Um homem é digno de fé ou não o é, não somente pelo que faz, mas também é pelo que quer”.

+ “A verdadeira formosura e o ornamento mais precioso da mulher é falar pouco e ponderadamente.”

+ “Todo país da terra está aberto ao homem sábio, porque a pátria do homem virtuoso é o universo inteiro”.

+ “Quem de boa vontade se lança a obras justas e lícitas, dia e noite está alegre, seguro e despreocupado”.

+ "Toda belicosidade é insensata; pois enquanto se busca prejudicar o inimigo, esquecemos o nosso próprio interesse."

+ “O animal é tão ou mais sábio do que o homem: conhece a medida da sua necessidade, enquanto o homem a ignora.”

+ “A morte não nos concerne, pois quando vivemos, a morte não está aqui. E quando ela chega, não estamos mais vivos.”

+ “Ainda que estejas só, não deves dizer nem fazer nada ruim. Aprende a envergonhar-te mais ante ti do que ante os demais.”

+ “A natureza e a educação são algo semelhante, pois a educação transforma o homem e o transformando lhe constitui a natureza”.

+ “A vida má, sem moderação, desprovida de entendimento e de respeito pelo sagrado não é uma vida má, mas um morrer lentamente.”

+ "Por trás das melhores razões, muitas vezes estão às ações mais vergonhosas cometidas pelos formuladores de tais razões".

+ “Convém ao homem dar maior atenção à alma do que ao corpo, pois a excelência da Alma corrige a fraqueza do corpo; a fraqueza do corpo, contudo, sem a razão, é incapaz de melhorar a Alma.”

+ “Quem evita o injusto apenas por temor à lei provavelmente cometerá o mal em segredo; quem, ao contrário, for levado ao dever pela convicção provavelmente não cometerá o injusto nem em segredo nem abertamente. Por isto, quem agir corretamente em compreensão e entendimento mostrar-se-á corajoso e correto de pensamento”. 

Fontes:

ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2012.

BARNES, Jonathan. Filósofos pré-socráticos. Tradução: Julio, Fischer. São Paulo: Martins Fontes. 1997.

BORNHEIM, Gerd. Os Filósofos Pré-Socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.

CIVITA, Victor. Pré-Socráticos: Os pensadores. São Paulo: Nova Cultura LTDA. 1996.

DUMONT, Jean. Paul. Elementos de história da filosofia antiga. Brasília: EdUnB, 2005.

DURANT, Will. História da Filosofia: A Vida e as Ideias dos Grandes Filósofos. São Paulo: Editora Nacional, 1926.

FRANCA, Leonel. Noções de História da Filosofia. Rio de Janeiro: Livraria agir editora: 1954.

HARVEY, Paul. Dicionário Oxford de Literatura Clássica Grega e Latina. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1987.

LAÊRTIOS, Diógenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. 2ª ed. Brasília: UnB. 2008.

MCKIRAHAN, Richard. A filosofia antes de Sócrates: uma introdução aos textos. São Paulo: Paulus, 2013.

PLUTARCO. Vidas Paralelas. Trad. Carlos Alcade Martín e Marta González González. Madrid: Gregos, 2010.

REALE, Giovanni. História da filosofia grega e romana. São Paulo: Loyola. 2010.

RIBEIRO, Daniel. Demócrito de Abdera. Revista Ciência elementar. Vol. 3. N; 03. Porto: casa das ciências, 2015.

SANTOS, Eberth Eleutério. Leucipo, Démocrito e Kant: Uma reflexão sobre a equivalência entre ser e não-ser. Campina Grande: UFCG, 2015.

SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega. 2ª Ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2003.

VERNANT. Jean Pierre. Mito e pensamento entre os Gregos. Rio de Janeiro: PUC. 1965.