quarta-feira, 25 de maio de 2022

Bezerra de Menezes

Bezerra de Menezes – (1831 a 1900) d.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti foi um filósofo cearense pertencente a corrente de pensamento da Filosofia Espírita. Trabalhou como médico, filósofo, militar, escritor e político. Devido a sua forte veia humanitária, ele ficou conhecido pela alcunha de “o médico dos pobres”. Escreveu várias obras em formato de teses, romances, biografias, artigos, ensaios e relatórios. Era filho do Militar  da Guarda Nacional Antônio Bezerra de Menezes, e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra. Teria sido educado segundo os padrões rígidos da disciplina militar e dos princípios da religião católica. Estudou em sua adolescência por um curto período no Estado do Rio Grande do Norte, e logo depois concluiu o ginasial no tradicional Liceu do Ceará. Professorou por um tempo as matérias de Filosofia e Matemática com a finalidade de bancar seus estudos. Doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no ano de 1856, logo depois, serviu como médico no Exército Brasileiro. Desenvolveu importantes estudos e diagnósticos sobre o câncer. Foi eleito presidente da Federação Espírita Brasileira, nesse ínterim, fundou a primeira livraria espírita do Brasil. Ao longo de sua vida foi condecorado com vários títulos de cidadania. Nasceu em Jaguaretama na antiga localidade de Riacho do Sangue em 1831 e faleceu em 1900, na cidade do Rio de Janeiro de arteriosclerose, quadro clínico que teria evoluído posteriormente para um acidente vascular cerebral.

Filosofia Política

Militou em prol do Partido Liberal do Brasil, participando ativamente da vida pública e ocupando vários cargos políticos. Como político teria produzido um grande trabalho em defesa dos humildes e necessitados. Dizia que a atividade política era: “a ciência de criar o bem de todos”. Defendia os ideais de paz e liberdade, dessa forma, era um abolicionista convicto, tendo inclusive ajudado na libertação dos escravos. Apoiou a inserção e adaptação dos mesmos na sociedade por meio da educação. Disseminou medidas importantes em favor da regulação das atividades domésticas. Abraçou algumas causas ecologistas contra a crescente poluição urbana e a seca que assolava as regiões do norte-nordeste do país. Exerceu importantes atuações no planejamento e construção de algumas estradas de ferro. Tinha como principal bandeira servir a pátria e ao próximo. Era muitas vezes chamado de “o apóstolo da caridade” por conta da sua devoção aos menos favorecidos. Advogou em defesa da questão do “Município Neutro” na cidade do Rio de Janeiro. Recebeu muitas injúrias e foi caluniado por conta do seu caráter probo, decide então, no ano de 1885, encerrar sua carreira política. 

Filosofia Espírita

Considerado o "Kardec Brasileiro", ele foi um grande defensor da doutrina espírita no Brasil. Lutava em defesa da união dos espíritas brasileiros. Após ter contato com algumas obras espíritas, Bezerra teria dito que: “eu já era um espírita inconsciente”. Ensinava em sua doutrina que o melhor remédio contra o ódio era o amor. Advertia da importância de se agir com discrição, sempre cultivando a harmonia e a paciência. Praticava o exercício diário da filantropia e realizava curas através de sua doutrina. Muitas vezes dividia seus bens materiais com o próximo, usando seu modo de vida como exemplo a ser seguido, esse ensinamento se traduzia em ações de caridade. Vivia de forma simples e modesta, cultuando o humanismo que lhe era característico. Utilizou-se do pseudônimo de “Max” nas obras de “Estudos Filosóficos”, esses ensaios eram periódicos publicados semanalmente. 

Altruísta abnegado, ele acreditava que o verdadeiro médico era aquele que praticava a doação total, tendo como missão salvar vidas ou amenizar as dores do mundo. Falava que: “o serviço é o nosso campo de iluminação”. Desse modo, ele saía à noite caminhando pelas ruas escuras das comunidades em socorro dos doentes. Perambulava em vielas nas periferias da cidade do Rio de Janeiro, batia a porta das casas sempre em busca de auxiliar os pobres, os famintos e os enfermos. Levava aos aflitos o conforto de suas sábias palavras, aos famintos alimentos e aos doentes seus saberes médicos. Nesse contexto ele dizia que:

O médico que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe, ou no morro; o que, sobretudo, pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro; esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o Anjo da Caridade, que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vais e vens da vida. (Bezerra de Menezes).

 

Anedotas

Há relatos de que certo dia chega uma mãe em apuros, com a filha doente, com febre altíssima e que foi até a casa dele. Ele ajudou, fez todo o procedimento e disse: "Olha, a senhora precisa comprar um remédio para essa criança urgentemente”. A mãe não tinha dinheiro e ele já havia doado tudo que tinha naquele dia, porque era totalmente desapegado aos bens materiais, ajudava as entidades, e ajudava a todos. Ele, então, tira o anel de formatura, que era a única coisa que ele ainda tinha naquele momento, e dá para a mãe comprar o remédio da filha.

Numa certa ocasião em que se achavam esgotados os seus recursos financeiro, e ele necessitava pagar com urgência o aluguel da casa no Rio e prover suas necessidades básicas, reclinado em sua rede, sem grandes alardes, mas preocupado com a solução do caso e procurando meios de sair dessa dificuldade financeira, de repente, do nada, ouve bater à porta do seu quarto. Era um desconhecido, que vinha nominalmente procurá-lo, desejava aulas particulares, depois, o jovem desconhecido, ajustando certo número de lições de determinadas matérias, tira do bolso um maço de cédulas e paga antecipadamente o preço combinado, ficando acertado para o dia seguinte o início das aulas. Radiante com a inesperada e providencial visita, Bezerra de Menezes pagou suas dívidas e ficou a esperar o novo aluno no tal prazo estipulado. Relata-se que esse espírito nunca mais voltou.

Obras:

Estudos Psíquicos Filosóficos; A Casa Assombrada; A Loucura sob Novo Prisma; A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica; Casamento e Mortalha; Lázaro o Leproso; Os Carneiros de Panúrgio; História de um Sonho; A Pérola NegraHistória de um Sonho;  A escravidão no Brasil e as medidas a que convém tomar para extingui-la sem dano para a Nação; Breves considerações sobre as secas do Norte; Biografia de Paulino José Soares de Sousa o visconde do Uruguai; Biografia de Manuel Alves Branco o visconde de Caravelas; Os Mortos que Vivem; Segredos da Natura. Evangelho do Futuro; Diagnóstico do Cancro; O Bandido; Viagem Através dos Séculos.

 

Filosofia Sapiencial

- “O melhor remédio contra o ódio é o amor”.

- “O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus”.

- “Quando a caridade é muito discutida o socorro chega tarde”.

- “Não basta rogar ajuda para si. É indispensável o auxílio aos outros”.

- “Toda lágrima encerra uma lição e se constitui num estímulo ao progresso”

- “De nada vale o brilho da inteligência se o coração permanece às escuras”.

- “Quanto mais auxiliardes aos outros, mais amplo auxílio receberá da vida mais alta”.

- "Sem Jesus uma flor tem mil espinhos! Com Jesus um espinho tem mil flores."

- “Unidos seremos resistência, fragmentados seremos vencidos em nossos objetivos essenciais.”

- “Espírito algum construirá a escada de ascensão sem atender às determinações do auxílio mútuo.”

- "O Amor vencerá sempre e, por isso, a dor será motivada a desaparecer de nosso ainda atribulado caminho."

- “Não vale a revelação de humildade na indefinida repetição dos pedidos de socorro. É preciso não reincidirmos nas faltas”.

- “Não basta restaurar simplesmente o corpo físico. É inadiável o dever de buscarmos a cura espiritual para a vida eterna”.

- “Não há grande mérito em solicitarmos perdão diariamente. É necessário desculparmos com sinceridade as ofensas alheias”.

- “Soletrai, antes de tudo, o alfabeto da Bondade. Sem as primeiras letras do Amor, nunca entenderemos o sagrado poema da vida”.

- “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.”

- “O médico verdadeiro é isto: não tem direito de acabar uma refeição, nem de escolher a hora, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito lhe bate à porta”.

- “É melhor, ás vezes, lidar com quem diz não ter religião e ama o próximo, servindo-o, do que com aqueles que se dizem religiosos, não amando o próximo e explorando-o”.

- "Há aqueles que se bastam com o grão de mostarda e aqueles que necessitam do Cosmos. Há aqueles que creem sem saber e aqueles que sentem a necessidade de saber para poder crer."

- “A resposta de Deus pode tardar um pouco, mas jamais deixará de ser dada. Esse tempo de espera serve para provar a fé, a perseverança e a confiança. É um teste de paciência e a oportunidade de desenvolver a força interior, a alegria e a coragem”.

- “Momento de crise é momento de um passo adiante. Retroceder, rebelar ou estacionar, nunca. A crise pede avanço. E se a crise chegou para cada um de nós, é hora de levantar, mudar e seguir em frente na construção de um novo tempo de amor e paz”.

 

Fontes:

ABREU, Canuto. Bezerra de Menezes: Subsídios para a História do Espiritismo no Brasil desde o ano 1895. São Paulo: Luz Espírita, 2017.

ANM. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti. Site: Academia Nacional de Medicina. Rio de Janeiro: Internet, Acesso em 2022.

BRASIL. Assembleia Legislativa do Estado do Ceará. Biografia de Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti. Fortaleza: ALCE, 2022. 

FEB. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti. Site: Federação Espírita Brasileira. Brasília: Internet, Acesso em 2022.

FEESP. Curso o que é o Espiritismo. Área de Ensino. São Paulo: Federação Espirita do Estado de São Paulo, 2011.

_________________ Estudo e Prática de assistência espiritual. São Paulo: Federação Espirita do Estado de São Paulo, 2015.

GAMA, Ramiro. Lindos casos de Bezerra de Menezes. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Editora Espiritualista, 1964.

GARCIA, Lisie. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti. Site: Associação Espírita Luz e Paz, Curitiba: FEP, 2022.

GIRÃO, Raimundo. O Ceará. Fortaleza: Instituto do Ceará, 1966.

GODOY, Paulo Alves. Os Grandes Vultos do Espiritismo. São Paulo: FEESP, 1981.

LIMA, Francisco Augusto de Araújo. Genealogia da Ribeira do Jaguaribe. Site: Famílias Cearenses. Internet: Acesso, 2022.

MENEZES, Bezerra de. Uma carta de Bezerra de Menezes.  4ª. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1984.

POMPEU, Thomaz. Ensaio estatístico do Ceará. Fortaleza: FAC-Símile Fundação Waldemar Alcântara, 1997.

SOARES, Sylvio Brito. Vida e Obra de Bezerra de Menezes. Rio de Janeiro: FEB, 2010.

SOUZA, Juvanir Borges. Bezerra de Menezes: Ontem e Hoje. Rio de Janeiro: FEB, 2020.

XAVIER. Francisco. Bezerra, Chico e Você. São Bernardo do Campo: GEEM S/C Editora, 1973. 


sexta-feira, 20 de maio de 2022

Clóvis Beviláqua

Clóvis Beviláqua – (1859 a 1944) d.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Foi um filósofo cearense ligado as correntes de pensamento da filosofia jurídica. Além do Direito, seus estudos também contribuíram para várias outras áreas do saber como História, Filosofia, Psicologia, Economia, Política e Literatura. Atuou como escritor, jurista, professor e historiador.  Iniciou seus estudos no Ateneu Cearense de Sobral, tendo logo em seguida frequentando o Liceu do Ceará em Fortaleza. Aos 17 anos passou a morar por um tempo no Rio de Janeiro onde trabalhou no Jornal “Laborum Literarium”. Posteriormente, teria concluído seu Bacharelado em Direito na Faculdade de Recife. Teve como mestre e orientador o filósofo Tobias Barreto, em vista disso, participou do famoso movimento filosófico conhecido como Escola de Recife. Mudou-se novamente para Fortaleza e ajudou na elaboração da Constituição do Ceará. Nessa época, teria se afeiçoado com o movimento filosófico e literário da chamada Academia Francesa do Ceará. Defendeu os preceitos republicanos através de suas teorias jus-filosóficas.

Laborou como promotor público na cidade de Alcântara no Maranhão. Também chegou a trabalhar como bibliotecário e professor de filosofia em Recife. Foi o autor do primeiro projeto do Código Civil Brasileiro. É considerado um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número catorze, e patrono da Academia Cearense de Letras. Fez parte do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Biógrafos afirmam que Clóvis era desafeto as vaidades e ambições sociais, não comungava em busca de status, às vezes chegava ao ponto de recusar títulos e cargos públicos que lhe eram oferecidos. Devido o seu estilo de vida despretensioso e respeitoso, foi alcunhado de “o santo laico”. Nasceu em viçosa no Ceará, em 1859 e faleceu no Rio de Janeiro por volta de 1944, dentro de sua biblioteca, de falência física e ainda com os seus instrumentos de escrita nas mãos.

Filosofia do Direito

Premiou o Brasil com um vasto legado cultural e jurídico que funcionou como fonte e bússola orientadora das atividades do Direito. Tinha uma visão humanista e social em relação ao campo jurídico, pois teria sofrido grande influência literária e filosófica.  Seu objeto de estudo se direcionava para as noções do Direito comparado, isto é, ramo da ciência jurídica que estuda as diferenças e as semelhanças dos diversos ordenamentos jurídicos existentes na história. Posicionava-se ao lado das correntes filosóficas positivistas, evolucionistas e monistas. Era visto na área jurídica como um civilista, devido sua notável atuação no Direito Civil, ele viu no campo jurídico uma bússola de orientação para regulação do organismo social. Acreditava que o Direito seria um fenômeno social em conformidade com o mundo, por isso, essa ciência poderia ser considerada como sendo um grande organismo dotado de um sistema com tecidos e órgãos. Alguns pensadores pontuam que a obra de Clóvis teria um caráter universalista, pois relacionava seu vasto saber científico com a realidade e suas implicações no mundo jurídico.

Ensaiou alguns estudos também no campo do Direito Internacional, chegando inclusive a ocupar o cargo de consultor do Ministério das Relações Exteriores, exercendo importantes atividades na diplomacia brasileira. Sua obra apresentou inovações em alguns campos do Direito brasileiro, como, por exemplo, a criação de regulações para a locação de serviços. Em relação ao direito da família, ele contribuiu com a questão da investigação da paternidade e o reconhecimento dos filhos ilegítimos.

Filosofia Política

Na arena política se inclinava na direção do liberalismo, dado que sustentava a noção de liberdade e unidade do espírito nacional. Diante disso, ele se mostrava a favor dos princípios democráticos. Era um grande defensor dos ideais republicanos e abolicionistas, pois lutava em prol da construção de um pensamento nacional. Pontuava que a abolição da escravatura teria legado ao Brasil um grande abismo social, por isso, caberia ao Estado promover uma reorganização social para inserir esses novos cidadãos na sociedade moderna, pois muitas dessas pessoas tinham passado a sobreviver à margem da coletividade. Posto isso, ele compreendia que o liberalismo não poderia se dissociar da democracia, ou seja, ambos eram meios de ligação na corrente da construção da soberania nacional.

Diferenciava os conceitos de Estado e sociedade, pontuando que sociedade seria: “uma concepção do universo, como um campo onde as instituições se transformam conduzidas por forças seletivas da experiência e da razão”. Enquanto que o Estado poderia ser delimitado como sendo: “um agrupamento humano, estabelecido em determinado território e submetido a um poder soberano, que lhe dá unidade orgânica”. Ainda segundo o ilustre filósofo, o Estado deveria ser dotado de três elementos básicos para a sua formação: povo, território e soberania. Ele teria por fim a conservação da segurança, quer contra os inimigos de fora quer contra as perturbações internas.

Criticava o fascismo italiano explicando que essa forma de governo empurrava o indivíduo para uma situação de submissão ao Estado. Com isso, criava-se uma desarmonia de âmbito social, promovendo, em razão disso, um desvio na evolução da espiritualidade humana. Dessa forma, aconteceria uma apreensão total do indivíduo pelo Estado. Posicionou-se contrário as ideologias sovietistas afirmando que estas sofreriam de um pecado original, pois elas não seriam produto de uma evolução social e natural de um povo, mas sim de uma construção artificial baseada em teóricos simpáticos a luta de classes, desse modo, observava que o regime comunista seria apenas uma contraversão de conduta, isto é, uma ditadura do proletariado.

Filosofia do Conhecimento

Clóvis advertia sobre a não existência de verdades absolutas, mas acreditava que o homem poderia se aproximar do conhecimento verdadeiro, pois ele pensava que a ciência caminhava em direção a uma constante transformação. Essas mudanças ocorreriam tanto no meio social como também na vida acadêmica e científica. Dessa forma, as teorias iriam se moldando conforme o tempo e espaço, criando e recriando novos paradigmas no tecido social, e com isso, reformulando seus sistemas de pensamento de forma constante. Nesse sentido, ele esclarecia que o conhecimento teria certa falibilidade, mas que o amadurecimento do conhecimento se dava em todas as áreas do saber. Dessa maneira, ele advogava em favor do rigor filosófico como fonte de transformação e evolução do conhecimento. Compreendia o saber filosófico como sendo um processo de sistematização do conhecimento que sintetizava, generalizava e unificava a completude do saber humano. Nesse contexto, ele teria sofrido grandes influências dos pensadores Augusto Comte e Herbert Spencer.  

Na sua visão, o Direito se construía através das relações sociais estabelecidas entre o homem e a sociedade, dessa troca, nasceria uma fonte de conhecimento vindo de filósofos, historiadores, psicólogos e sociólogos. Portanto, os juristas analisavam esses dados produzidos por essas áreas e elaboravam um saber crítico referente à teoria do Direito. Dessa forma, Clóvis defendia o estudo da sociologia e da psicologia para a complementação do saber jurídico, por entender que a compreensão do homem dentro do contexto de seu universo não seria possível sem a percepção social e a cognição da psique. Nessa perspectiva, ele também era visto como sendo um conciliador das variadas tendências culturais que se distinguiam.

Filosofia da Educação

Defendeu uma reformulação no ensino do Direito e na Educação Brasileira, pois acreditava que a educação deveria se voltar para questões mais realistas da sociedade e para resoluções de problemas sociais dos quais o país estava enfrentando. Explicava que o Estado necessitaria proporcionar uma educação jurídica crítica que abrangesse tanto os pontos a favor como os contrários a uma determinada linha de pensamento, pois, com isso, se formaria uma classe intelectual melhor desenvolvida. Pensava a atividade jurídica como sendo uma ferramenta de natureza educacional. Compreendia que a Educação seria um dos caminhos para as transformações sociais. Considerava que a mulher tinha um papel importante na educação dos filhos. Dessa forma, ele pontuava que: “o ensino da primeira idade é preciso ser dado em família, para que bem longe se lance pela vida do homem a salutar influência feminina”. Beviláqua era considerado um homem a frente do seu tempo. Sua obra era caracterizada como um marco civilizatório para época.

Anedotas:

De acordo historiadores, o jurista aqui descrito adorava bichos, daí certo dia alguém teria se dirigido à casa do seu avô para pegar um parecer por ele concluído. No entanto, Clóvis teria feito o cliente esperar, porque um gato estava dormindo sobre o volume de livros e papéis. Tranquilamente, ele disse: “Vamos esperar o gatinho acordar”.

Em outro momento, conta-se que Clóvis certa vez gastou "sem contos de réis" em joias para sua esposa, mas a empregada de sua casa teria roubado as peças. Clóvis, porém, em um ato de extrema compreensão, não a condenou, dizendo que: “se ela as tinha levado era porque precisava”.

Curiosidades

Relata-se que Clóvis teria deixado de frequentar a Academia Brasileira de Letras após sua esposa “Amélia de Freitas Beviláqua” ter sido negada a concorrer a uma vaga na academia pelo simples fato de ser mulher. A academia teria alegado que o estatuto não permitia que houvesse mulheres acadêmicas na casa. Diante disso, Clóvis e outros intelectuais de peso se desligaram da ABL decepcionados com esse tipo de posicionamento.

Segundo relatos, Clóvis Beviláqua teria prestado concurso para o cargo de professor do colégio Dom Pedro II; porém, o resultado que vinha sendo cobrado pelo Imperador não saía. Em dado momento o Imperador quis saber mais detalhes sobre o tal 1º lugar no concurso; como viu que estavam lhe "enrolando", exigiu que lhe trouxessem a prova deste candidato. Depois de lê-la e ficar impressionado com a riqueza do trabalho de Clóvis, perguntou: Por que vocês ainda não aprovaram este rapaz? Seu trabalho é brilhante. Como reposta lhe foi dito: Porque soubemos que ele é republicano, estamos vendo outro. Dom Pedro II, do alto da sua sabedoria, assim falou: E o que isso tem a ver? Contratem logo este rapaz. Ele é o melhor e o que queremos pra cá é o melhor. Assim foi contratado Clóvis Beviláqua.

Comentários de Filósofos

A respeito de Clóvis em um evento, Rui teria dito: “Eis aí no palco, o maior jurista brasileiro de todos os tempos”. (Rui Barbosa).

Obras:

- A filosofia positivista no Brasil

- Criminologia e Direito

- Direito das Obrigações

- Direito de Família

- Direito Público Internacional

- Épocas e individualidades

- Economia Política

- Esboços e Fragmentos

- Juristas Filósofos

- Direito das Coisas

 

Filosofia Sapiencial

- "O mundo é um vasto campo de batalha".

- “Não deixe que seus sonhos percam a força de voar”.

- "A luz surpreenderá o vício, a gargalhada o esmagará”.

- "É um erro supor que o pensamento é escravo da vontade".

- “O Direito é uma ciência moral, colocada entre a Filosofia e a História”.

- "As dores, os desgostos e as angústias precocemente desbotam o talento".

- “A política atende ao governo dos povos; a filosofia é síntese do saber humano”.

- “A inteligência irmanada com a força de vontade e com a esperança produz uma ideia”.

- “Quando um país está atrasado por falta de atividade intelectual é impossível que ele se eleve”.

- “Todo moço é ávido de glória, pois tem no coração um gérmen imperecível da animosa esperança”.

- “Com a lei o direito adquire, em lucidez e segurança, o que perdeu em flexibilidade e movimento”.

- "Por sobre as ruínas das escolas e a queda das tentativas falhas se levantará o majestoso vulto da verdade".

- “O Direito não é um filho do céu, é, simplesmente, um fenômeno histórico, um produto cultural da humanidade”.

- “O caráter essencial da filosofia, o que a distingue de todos os outros conhecimentos, é a universalidade”.

- “Por toda parte, o homem vive em sociedade e o direito, embora variável, é o modo necessário de organizar a sociedade”.

- “A liberdade há de ser disciplinada pelo direito para não perturbar a paz social, que por sua vez assegura a expansão da liberdade”.

- "A síntese da política republicana democrática é Liberdade dentro da ordem, igualdade em face da lei e justiça garantindo a ordem, a liberdade e a igualdade”.

- “O positivismo não é uma criação exclusiva de Augusto Compte, porém uma simples adesão às tradições dos grandes espíritos científicos, cujas descobertas fizeram da raça humana o que ela é atualmente”.

- “Creio na moral. Por que é utilidade de cada um e de todos transformada em justiça e caridade, expunge a alma das inclinações inferiores, promove a perfeição dos espíritos, a resistência do caráter, a bondade dos corações”.

- “Assim como o lago, cristalino ou turvo, reflete o firmamento, cada um de nós reflete, fraca ou fortemente, o espírito dominante na época em que vive, porque o homem é parte componente do meio social, cuja influência necessariamente recebe”.

- “Creio mais nos milagres do patriotismo, porque o patriotismo é forma social do amor, e como tal, é força irresistível e incomensurável; aos fracos dá alento, aos dúbios decisão, aos descrentes fé, aos fortes ilumina, a todos une no feixe indestrutível, quando é preciso agir ou resistir; não pede inspiração do ódio e não mede sacrifício para alcançar o bem comum”.

 

Fontes:

BEVILÁQUA, Clóvis. Direito Público InternacionalA síntese dos princípios e a contribuição do Brasil. vol. 02. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, 1911.

_________________ Esboços e Fragmentos. Rio de Janeiro: LAEMMERT & C, 1899.

_________________ Juristas Filósofos. Salvador: Ed. José Luís da Fonseca Magalhães, 1897.

_________________ Teoria Geral do Direito Civil. 2ª ed. Rio de Janeiro: 1976.

BRASIL. O centenário de nascimento de Clóvis Beviláqua. Revista Do Serviço Público. Brasília: RSP, 1960.

COSTA, Heribaldo. Ciência Política. Revista: Direito Público e Ciência Política. Vol. 06, N; 01. Rio de Janeiro: UFC, 1963.

COSTA, Judith Martins. Clóvis Beviláqua e escola de Recife. Revista: RIDB. São Paulo: fdul, 2013.

HOLANDA, Ana Paula Araújo. Influências de Clóvis Beviláqua na codificação civilista brasileira. Fortaleza: UFC, 2021.

LIMA, Rogério Medeiros Garcia. O jurista e Filósofo Clóvis Beviláqua. Revista Judiciária do Paraná. N; 09. Curitiba: Pronta, 2015.

MUNHOZ, Laertes de Macedo. A criminologia de Clóvis Beviláqua. Revista da Faculdade de Direito do Paraná. Vol. 08. Biblioteca Digital de Periódicos: UFPR, 2013.

PAIM, Antônio. A Filosofia da Escola do Recife. Biblioteca do pensamento brasileiro. São Paulo: Editora Convívio, 1981.

_________________O estudo do pensamento filosófico brasileiro. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1979.

PEREIRA, Antônio Celso Alves. Clóvis Beviláquia e o Direito Internacional. Revista IHGB. Rio de Janeiro: UERJ, 2017.

REALE, Miguel. Figuras da inteligência brasileira. Fortaleza: Edições UFC, 1984.

SILVA, Wilton Carlos Lima. O único luxo de um santo laico: fotografias pessoais em biografias de Clóvis Beviláqua. Revista Brasileira de História e Ciências Sociais. Vol. 5 Nº 9. Porto Alegre: FURG, 2013.

SHUBSKY, Cássio. Clóvis Beviláqua: um senhor brasileiro. São Paulo: Editora Litra, 2010. 


sexta-feira, 13 de maio de 2022

Inácio de Antioquia

Inácio de Antioquia - (30 a 107) d.C  

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Foi considerado um dos primeiros filósofos teológicos do período de transição entre a filosofia helenística e a filosofia medieval. Figura na lista entre os chamados padres apostólicos. Foi discípulo do apóstolo São João e acredita-se que ele teria sido consagrado pelo apóstolo Paulo de Tarso. Pertenceu a segunda geração de apóstolos, tendo sucedido o apóstolo Pedro no bispado. Nesse sentido, Inácio foi provavelmente o segundo ou terceiro bispo de Antioquia. Escreveu sete cartas que foram direcionadas as igrejas da época, essas cartas ficaram conhecidas como “As Epístolas de Inácio”. A palavra Inácio vem do grego antigo “Ignátios” e significa “homem nascido do fogo”. Era conhecido em suas cartas como sendo Teóforo “O Portador de Deus”. Segundo historiadores, ele teria sido perseguido por um imperador conhecido pelo nome de Trajano que desejava fazê-lo negar sua fé.

O amor por cristo e o brilho de sua santidade teria provocado a ira e a inveja dos incrédulos pagãos. Nesse ínterim, foi condenado a morte por ter se recusado a adorar os deuses do império romano. No ano de 106 d.C foi preso, mas preferiu morrer a negar suas crenças, então foi condenado a ser devorado por leões tendo sido executado no coliseu de Roma no ano 107 d.C. Ao falar sobre sua execução, Inácio disse a famosa expressão: "Trigo de Cristo, moído nos dentes das feras".  Sua história de vida se encontra descrita nas “Atas dos Mártires”. Essas atas são arquivos da igreja que descrevem os sofrimentos enfrentados pelos cristãos, são compilados de verdades as quais se diz que foram escritas simbolicamente em letras de sangue. Na entrada de sua cidade natal está localizado seu sepulcro. O seu crânio foi preservado e estar localizado em um museu na Grécia.

Filosofia Teológica

Acredita-se que ele teria sido o primeiro a escrever a frase “igreja católica”. Segundo relatos da história da igreja, durante o percurso do caminho para o seu martírio em Roma, Santo Inácio ia estimulando as igrejas das diversas cidades por onde passava. Orientando os membros sempre para a união com Cristo, ele se autodefinia como “um homem a quem foi encomendada a tarefa da unidade”. Nesse contexto, ele advertia da importância da igreja em se manter numa verdadeira unidade de consagração. O pensamento de todos deveria estar sempre na mesma conformidade, dessa forma, ele dizia: “uma só oração, uma só suplica, um só espirito, uma só esperança no amor, na alegria imaculada, que é Jesus Cristo”. Quando já estava bem próximo do seu martírio ele teria prometido aos seus discípulos cristãos que mesmo depois de sua morte continuaria intercedendo por eles ao lado de Deus. Dessa maneira, ele transcorria o seguinte dizer: “Meu espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu chegar a Deus”. Pontuava a Eucaristia como elo de união da corrente de Cristo, em vista disso, ele dizia que a Eucaristia era “o remédio da imortalidade” e o “antídoto da morte”.

Suas cartas descrevem elementos fundamentais que caracterizavam a fé cristã, por isso é considerado um dos precursores da eclesiologia. As ideias presentes em sua obra são bússolas orientadoras para a formação e consolidação da igreja católica primitiva. Dessa maneira, ele pontuou conceitos estruturais da comunidade eclesial, relacionando-as com a ordenação da identidade da igreja. Ele tinha como objetivo de vida, ser um imitador de Cristo, em razão disso, manteve-se determinado a enfrentar o martírio para ser um modelo a ser seguido da fé em Jesus. Descreveu durante sua jornada em uma das cartas que:

Da Síria a Roma eu pareço estar lutando com bestas selvagens, noite e dia, na terra e no mar, parecem 10 leopardos. Um monte de soldados cujo tratamento que me dão é cada vez pior, quanto mais bondoso sou com eles. (Inácio de Antioquia).

Filosofia Humanista

Santo Inácio era muito admirado pelo respeito humano que tinha por todos. Recebeu a missão de levar Cristo aos perseguidos. Dizia que tinha dificuldade não em amar a todos, mas sim em amar a cada um de maneira individual, nesse sentido, ele se referia ao pequeno, ao fraco, ao escravo, e aqueles que causavam ofensas. Os membros das igrejas situadas na Ásia ou em localidades próximas aonde ele não iria passar enviavam delegações para prestigiá-lo. Sua teologia se ancorava na ideia de que todo cristão era propriedade de Deus, por isso deveriam estar sempre na busca incessante de seguir os passos de Cristo. Todo cristão teria o dever de praticar a humildade e a pureza, procurando sempre exercitar sua santidade, pois essas seriam marcas que caracterizavam o bom cristão. Desse modo, ele exprimia que:

Mantém-te firme como bigorna sob os golpes. É próprio de um grande atleta receber pancadas e vencer. Não tenhas nenhuma dúvida, temos que suportar tudo pela causa de Deus, para que também Ele nos suporte. Torna-te ainda mais zeloso do que és; aprende a conhecer os tempos. Aguarda o que está acima do oportunismo, o atemporal, o invisível que por nossa causa se fez visível, o impalpável, o impassível que por nós se fez passível, o que de todos os modos por nós sofreu. (Inácio de Antioquia).

Segundo sua doutrina, o bispo da igreja seria um representante da comunidade, uma espécie de líder a ser seguido. Ele deveria ter um espírito  de doação total por todos aqueles que ainda não foram convertidos. A sua visão de cristão se traduzia na ideia de estar a serviço de Deus em benefício dos irmãos. Inácio acreditava que o fervor do martírio seria um símbolo de amor e representação da doação total em prol do próximo. Santo Inácio praticava por onde passava a árdua tarefa de Evangelizar, com isso, ele é tido como um mártir que transformou seu sofrimento em missão. Praticava seu mister de maneira incansável. Ele percorria a pé as várias cidades da região com o objetivo de combater as heresias que surgiam e manter acesa a chama doutrinária da igreja católica. Seguiu preso e acorrentado por todo o trajeto que circulou de Antioquia até Roma, mas permaneceu sempre confiante no amor de cristo. Durante a viagem beijava as correntes pesadas, chamando-as de: “minhas preciosas pérolas espirituais”.

Obras:

- Epístola a Policarpo de Esmirna

- Epístola aos Efésios

- Epístola aos Esmirnas

- Epístola aos Filadélfos

- Epístola aos Magnésios

- Epístola aos Romanos

- Epístola aos Trálios

Curiosidade

Os evangelhos descrevem um momento em que os apóstolos teriam pensado em fazer uma pergunta a Cristo sobre qual deles seriam o maior no Reino dos Céus. O Senhor teria lido seus pensamentos, e logo em seguida, teria erguido uma criança nos braços, tendo respondido aos apóstolos sobre a importância da inocência, da humildade, do respeito e da proteção das crianças. Segundo algumas tradições católicas relatam. Aquela criança descrita nos evangelhos da bíblia naquele momento seria o Santo Inácio.

 

Filosofia Sapiencial

- “Nem toda a ferida se cura com o mesmo emplastro”.

- “Põe-me como um selo em teu coração”.

- “Estar perto da espada é estar perto de Deus”.

- “Amai-vos uns aos outros com um coração indiviso”.

- “Quero prevenir-vos contra os animais ferozes em forma humana”.

- “Jesus na cruz fisgou o demônio como um peixe, com a isca do seu próprio corpo".

- “Amai a união, fugi das divisões, sede imitadores de Jesus Cristo, como ele também o é de seu Pai”.

- “Um cristão não tem poder sobre si mesmo, mas está livre para servir a Deus”.

- “Onde está o bispo, aí está à comunidade, assim como onde está Cristo Jesus aí está a Igreja católica”.

- “Para sofrer com ele, eu suporto tudo, e é ele quem me dá forças, ele que se fez homem perfeito”.

- “De que me vale um homem, ainda que me louve, se blasfema contra meu Senhor, não confessando que Ele assumiu carne?”.

- “Fé e amor é tudo, fé e amor totais, são o começo e o fim da vida: o começo é a fé, e o fim é o amor. Os dois juntos são de Deus”.

- “Há um médico que possui carne e espírito; ambos feitos e não feitos; Deus existindo em carne; verdadeira vida na morte”.

- “Deixem-me ser a comida das feras, pelas quais me será dado saborear Deus. Eu sou o trigo de Deus. Tenho de ser triturado pelos dentes das feras, para tornar-me pão puro de Cristo”.

- “Amai-vos uns aos outros com um coração indiviso. O meu espírito oferece-se em sacrifício por vós, não só agora, mas também quando tiver alcançado Deus. Que possais ser encontrados em Cristo sem mancha”.

- “Não encontro mais prazer no alimento corruptível nem nos gozos desta vida, o que desejo é o pão de Deus, este pão que é a carne de Cristo e, por bebida, quero seu sangue, que é o amor incorruptível”.

- “Desde a Síria até Roma, luto contra as feras, por terra e por mar, de noite e de dia, acorrentado a dez leopardos, a um destacamento de soldados; quando se lhes faz bem, tornam-se piores ainda. Todavia, por seus maus tratos, eu me torno melhor discípulo, mas nem por isso sou justificado”.

- “Para nada me serviriam os encantos do mundo, nem os reinos deste século. Para mim, é melhor morrer para Cristo Jesus do que ser rei até os confins da terra. Procuro aquele que morreu por nós; quero aquele que por nós ressuscitou. Deixai que seja imitador da paixão de meu Deus. Se alguém tem Deus em si mesmo, compreenda o que quero e tenha compaixão de mim, conhecendo aquilo que me oprime”.

- “Para vós a graça, a misericórdia, a paz, e a paciência para todo sempre”.


Fontes:

AQUINO, Felipe. Riquezas da Igreja. São Paulo: Canção Nova, 2009.

BERARDINO, Angelo. Dicionário Patristico de antiguidades Cristãs. Petrópolis: Vozes, 2002.

DIDAQUÊ. A instrução dos Apóstolos. Curitiba: Editora Família, 2015.

EUSÉBIO DE CESARÉIA. História Eclesiástica. São Paulo: Novo Século, 2002.

EVANGELISTA, Ricardo José. As cartas de Santo Inácio de Antioquia e os elementos essenciais da fé cristã. Anápolis: Faculdade Católica de Anápolis, 2017.

GIOVANNINI, Luigi; SGARBOSSA, Mario. Um Santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1997.

GONZÁLEZ, Justo. História Ilustrada do Cristianismo: A era dos Mártires até a era dos sonhos frustrados. São Paulo: Vida Nova, 2011.

HAMMAN. Adalbert-Gautier. Os Padres da Igreja. 2ª ed. São Paulo: Paulinas, 1985.

INÁCIO DE ANTIOQUIA. Padres Apostólicos. Col. Patrística. São Paulo: Paulus, 1995.

ROBERTSON, James Craigie. Esboços da História da Igreja. Blackmore Dennett, 2018.

SAMOSATA, Luciano. A Morte do Peregrino. Oxford: The Clarendon Press. 1905.

SGARBOSSA, Mário. Os santos e os beatos: Da igreja do ocidente e do oriente. São Paulo: Paulinas, 2012.