Arquelau de Atenas
– (480 a 410) a.C
Autor: Alysomax
Soares
Introdução
Foi um filósofo
pluralista do período pré-socrático da Grécia antiga. Considerado um dos
últimos filósofos da “phísis” que antecederam o período clássico. Visto
como um dos primeiros proeminentes filósofos da cidade de Atenas, ele era discípulo
de Anaxágoras e possivelmente foi um dos mestres de Sócrates. Sofreu grande
influência dos pensadores da escola jônica, pois sua filosofia relacionou ideias
do pensamento de Anaxímenes com teorias do seu mestre Anaxágoras. Escreveu uma
obra intitulada de “Sobre a Natureza” que foram perdidas no tempo, contudo
parte de seus conhecimentos foram extraídos a partir de ensinamentos de outros
filósofos como Simplício, Diógenes de Laércio e Plutarco. Desenvolveu um
conceito em que afirmava que a matéria poderia ser dividida até o infinito,
esse pensamento influenciou os filósofos atomistas. Alguns historiadores
divergem sobre o local exato de seu nascimento, estando divididos entre a
cidade de Atenas e a cidade de Mileto. Nasceu por volta do início do século V
a.C e faleceu provavelmente no final do mesmo século. As datas exatas de seu
nascimento e morte ainda são fatos imprecisos para a História da Filosofia. Todavia, especula-se que seu florescimento tenha se dado entre os anos de (480 a 410)
a.C.
Filosofia da
Natureza
Compreendia que a
mente criadora de tudo seria uma mente material. Atribuiu a “arché” do
universo como sendo o “ar-infinito”, pois entendia que este
seria o princípio de todas as coisas. Explicava que esse processo de formação
das coisas se dava através do "devir" entre o calor
e o frio, ou seja, o princípio do movimento era causado pela separação entre o
quente e o frio. Nesse sentido, a oposição entre o quente e o frio teria
originado um movimento causado pela vontade da mente-material, dando surgimento
a um fenômeno chamado de inteligência-cósmica. Para ele, à formação dos
elementos da natureza e dos seres vivos, derivavam desse tipo de movimento. Também
esclarecia que o processo da fala do homem teria conexão com o processo de movimento
do “ar” pelo corpo humano.
O filósofo Platão,
em uma de suas obras, cita alguns dos conhecimentos de Arquelau a respeito da
geração da vida e sobre como os primeiros animais se alimentavam. Arquelau
ensinava que os animais e o homem nasceram primeiro de uma substância parecida
com uma névoa que se originava de um processo físico entre a terra e a água.
Acreditava que os animais e os homens teriam vindo da parte mais baixa da
Terra, onde o quente e o frio estavam misturados, extraíram inicialmente o seu
sustento do limo – espécie de lodo - e viviam apenas por um curto período de
tempo. Ele afirmava que a matéria primitiva seria o “ar” juntamente com o
conceito da época de “infinito”, daí, devido a algum processo de rompimento,
surgiram desse fenômeno, o frio e o calor, então, dessas substâncias, originaram-se
os elementos “água” e “fogo”. Entre eles, a “água” seria uma substância
passiva, enquanto que o “fogo” seria um princípio ativo. Argumentava que o
calor se movimentava e que o frio permaneceria estático. A partir disso, teria
surgido lama, e da lama surgiu a terra, e posteriormente da terra vieram os
seres vivos, e desses seres surgiu o homem.
Filosofia
Cosmológica
Sua teoria
cosmogônica, estabelecia que através de uma névoa primordial, formada de “ar”,
teria se dado o surgimento do “quente” e do “frio”, posteriormente, o quente e
o frio teria dado origem ao “fogo” e a “água”. Em seguida, a “água” teria se
condensado e produzido a “terra”, mas a “terra” estaria dependurada no “ar”, e
ao mesmo tempo, esse “ar”, estaria circundado pelo “fogo” que orbitava ao seu
redor. Nesse sentido, os astros teriam se formado a partir da queimação do “ar”
pelo “fogo”. Segundo Arquelau, o “ar-infinito” sofreria um movimento
contínuo entre os estados de condensação e rarefação. Desse modo, então, seria através
de um processo de movimentação, chamados de rarefação e condensação da matéria,
que o “ar-infinito” teria formado a Terra e também tudo que
existe no universo. Em outras palavras, a substância cunhada de “ar-infinito”
era o primeiro princípio, condensado e rarefeito.
Explicava que o
universo era infinito e o que o formato dos mares estaria relacionado com a
maneira da água se infiltrar pela terra. Para Arquelau, a Terra seria plana e o
Sol era a maior de todas as estrelas. Acreditava que a superfície da Terra era
pressionada para o centro dela, pois explicava que se a Terra fosse somente
plana, o Sol iria nascer e se pôr em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele pensava
que a Terra era imóvel e que ela não seria uma parte considerável da dimensão
do universo.
Filosofia Moral
Negava a diferença
essencial entre o bem e o mal, debatendo a respeito das leis, da justiça e
sobre o belo. O referido filósofo embasou seus estudos, relacionando o campo da
moral com a filosofia da natureza. Dizia que a lei não era natural ao homem,
mas sim relacionada ao costume, por isso a moral, isto é, o certo e errado,
seria desenvolvida de acordo com a vida em sociedade. Nesse ponto, Arquelau teria
elaborado as bases para a criação da ética e da moral. Afirmava que a moral era
criada não pela natureza, mas sim pelos costumes. Ao criar leis e viver em
sociedade, o homem passaria a estabelecer o que é certo e o que é errado, ou
ainda, melhor dizendo, o que seria justo ou injusto. Explicava que os animais
possuíam uma inteligência inata, mas que alguns, com um tempo, utilizavam a
mente de forma mais lenta, enquanto outros de maneira mais rápida, ou seja,
todos os seres tinham mente, mas o homem com o passar do tempo, separou-se dos
outros animais, adquirindo inteligência.
Filosofia
Pluralista
O alicerce dessa
escola estava apoiado na tese de que não havia um princípio único que
explicasse todo o universo. Defendiam a ideia de que o universo foi originado
pela composição de diversos princípios. Nesse sentido, eles combinavam vários
elementos ou varias teorias de outras escolas de pensamento, afirmando ser a
pluralidade, a causadora da origem das coisas no cosmos. Desse modo, eles apresentavam
teorias embasadas em várias substâncias originais. Os principais filósofos
pluralistas foram: Anaxágoras, Empédocles, Arquelau de Atenas e Diógenes de
Apolônia. Alguns pensadores também incluem os filósofos atomistas como
sendo pertencentes à escola pluralista. Os pensamentos desses filósofos possuem
algumas semelhanças, pois eles desenvolveram e integraram as ideias de outras
escolas filosóficas.
Filosofia
Sapiencial
- “O sol é o maior
dos astros e todo o universo é infinito”.
-
“Nada é propriamente justo ou injusto, exceto pelo efeito do costume”.
- “O justo e o
injusto, existem apenas por convenção e não por natureza”.
- "Por isso
cada corpo emprega uma mente, às vezes rapidamente, outras lentamente”.
- “O espírito - a inteligência - é inata a todos os animais, inclusive ao homem, mas alguns fazem uso dele mais rápido do que os outros”.
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