Filosofia Antiga – (600 a.C a 529 d.C.) Aprox.
Autor: Alysomax Soares
Introdução
A filosofia antiga é considerada um período da História da Filosofia que se iniciou por volta do século VII a.C, tendo passado pela era clássica e se estendido entre o chamado período helênico e o fim do Império Romano. Seu surgimento se deu através de uma visão eurocêntrica que atribuiu aos gregos a descoberta da filosofia, conceituando sua definição e sistematizando uma forma reflexiva e crítica de abordar a origem do cosmos. Embora a filosofia seja algo bem mais complexo do que apenas um pensamento crítico e reflexivo, os gregos desenvolveram uma forma de pensar mais elaborada, com novos critérios para se buscar a verdade, sobre os fenômenos. Os filósofos desse período buscavam encontrar respostas para a origem das coisas de forma mais racional. Desse modo, eles desenvolveram uma característica própria para descrever essa origem, ao qual eles definiam como “arché” do universo.
Os gregos passaram a explicar os fenômenos da natureza de maneira mais lógica, por isso, essa fase da filosofia ficou conhecida como a passagem do “mitos” para o “logos”. O pensamento mítico ligado às crenças foi dando lugar à argumentação racional, à capacidade de persuadir e dar explicações baseadas na razão, chamada pelos gregos de “logos”. Esse período se divide em três fases, chamadas de: Pré-socrático, Socrático e pós-socrático, porém outras fontes definem essas fases como sendo os períodos: cosmológico, clássico e helenístico. Por muito tempo, ou de forma didática, muitos pesquisadores atribuíram aos gregos à descoberta da filosofia, contudo, existem novas correntes de pensadores que delimitam os horizontes da filosofia para outras civilizações e culturas, pontuando características próprias de pensar a outros povos mais antigos.
Desenvolvimento da Filosofia Antiga
O pensamento crítico dos gregos passou a questionar a visão mística da época, contrapondo as ideias supersticiosas que pairavam no imaginário popular, com isso a filosofia iniciou os primeiros passos para a sistematização da ciência. A filosofia se desenvolveu na mesma época em que se iniciou a formação das chamadas cidades-estados, também denominadas de “polis” gregas. A filosofia dessa época influenciou muitas áreas do conhecimento. Nesse período se iniciou os primeiros conceitos relacionados à ciência primitiva. Alguns fatores como o desenvolvimento cultural, político, urbano e social foram fundamentais para que os gregos desenvolvessem sua filosofia e como consequência, os primeiros passos do saber científico. Ainda sim, a filosofia e a ciência nesse tempo não estavam didaticamente separadas. Os gregos estabeleceram uma relação de causa e efeito, em que estipulavam uma causalidade e uma ordenação das coisas.
O chamado método grego de investigação dos fenômenos inaugurou um novo modo de pensar que caracterizou um estilo de filosofia denominado de “filosofia a la grega”, descrita também por alguns pesquisadores como o “milagre grego”. Além de explicar as questões relacionadas à natureza, eles também se preocuparam principalmente com os fatos ligados ao estudo do universo, fundamentos do conhecimento e leis lógicas sobre a ciência. Os gregos absorveram conhecimentos de várias outras civilizações, tendo desenvolvido não apenas a filosofia e a ciência natural, mas também muitas outras áreas, como a filosofia da linguagem e a matemática. Algumas inovações tecnológicas foram fundamentais para o aperfeiçoamento do saber grego, entre eles estão, a medição do tempo, com novos tipos de relógios solares e calendários, o comércio e a navegação, a troca simbólica com moedas e o aprimoramento do alfabeto.
Considerações Finais
O questionamento sobre as coisas ou sobre a verdade foi essencial para a produção de conhecimento na Grécia antiga, com isso, eles sistematizaram o saber humano dessa época. Muitos filósofos não se consideravam donos da verdade, mas apenas amigos do saber, por isso surgiu esse termo “filósofo”, ou seja, aquele que ama buscar o conhecimento. O filósofo Platão, por exemplo, dizia que: “é preciso amar buscar a verdade, mas jamais defendê-la, porque quem defende a verdade absoluta, muitas vezes julga possuí-la, e ninguém possuí a verdade do universo”. Nesse sentido, a função do filósofo seria a de compreender o mundo a sua volta através da observação e investigação da natureza. Buscando de forma autônoma analisar as questões, procurar as causas dos problemas e encontrar soluções.
O saber filosófico fundamentava suas investigações e relacionava as diversas fontes de conhecimento. Alguns dos principais temas estudados pela filosofia são considerados temas universais, isto é, questões que afetam toda a humanidade. Acredita-se que houve uma espécie de relativização do saber que culminou com novas possibilidades de explicação dos fenômenos, aguçando a curiosidade e promovendo a necessidade de encontrar respostas mais elaboradas, sobre as coisas. Os gregos passaram a explicar melhor os fenômenos, buscando desmitificar antigos saberes e elaborar um conhecimento que estivesse em conformidade com seu grau de abstração. A forma de pensar dos gregos foi aos poucos se tornando mais concreta, deixando de lado as fantasias e os mundos encantados. A dúvida e a crítica reflexiva que já existiam, antes dos gregos, passaram a ser utilizadas por eles de forma mais constante, contribuindo com a sistematização das áreas do saber investigadas por eles.
Principais escolas dessa época:
Escola Jônica ou de Mileto; Pitagóricos; Mobilistas; Eleatas; Pluralistas; Atomistas; Sofistas; Escola de Megára; Platonismo; Aristotelismo ou Escola Peripatética; Estoicismo; Epicurismo; Ceticismo; Cinismo; Cirenaicos; Hedonismo; Eudemonismo; Pirronismo; Cosmopolitismo; Escola Esotérica.
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