terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Shuruppak da Suméria

Shuruppak da Suméria – (2600 a 2500) a.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Foi um filósofo sumeriano da antiguidade que deixou uma obra com instruções sapienciais. Seu compilado textual ficou conhecido como “as instruções de Shuruppak”. Essa obra está inserida na lista dos livros mais antigos da humanidade. Utilizou-se da literatura da sabedoria para escrever seus ensinamentos sobre a filosofia moral. Sua obra foi escrita em formato de “sebayt” que eram manuais de instruções faraônicas tidas como um gênero tipicamente egípcio. Essas instruções sapienciais era uma prática tradicional muito difundida na antiga Mesopotâmia. Seu nome representava uma grande cidade da antiga Suméria que teria sido inundada. Esse nome era transcrito de várias formas como “Xurupaque, Churupaque ou Shuruppak”. Seu pai era conhecido pelo nome de “Ubara-Tutu”, e Shuruppak teria recebido as instruções como forma de tradição oral para ser ensinada também ao seu filho conhecido por “Ziusudra”. Floresceu aproximadamente em meados do século XXVI a.C, em uma região da antiga Mesopotâmia que atualmente fica localizado no Iraque.

Filosofia Moral

Sua filosofia era apoiada em uma lista de conselhos sobre sabedoria antiga. Muitas lições se assemelhavam com os chamados ensinamentos proverbiais. As dicas relatavam práticas sobre preceitos morais e terminavam com uma mensagem aforística. Seus textos aconselhavam sobre regras morais como a virtude, a piedade e a obediência às leis. Revelavam ensinamentos populares que se misturavam com temas da natureza. No contexto social, tratava sobre dualidades entre os conceitos de justiça e sabedoria. Mostrava algumas formas de como administrar e organizar bem um reino. As concepções morais se baseavam numa relação dialética e dialógica entre os costumes e as leis. Além desses temas, também eram discutidas ideias sobre família, servidão e civismo social.

Filosofia da Educação

Essa obra era vista como uma ferramenta de ensino que advertia a respeito da arte de viver bem e de como ter uma boa educação. Relacionava os ensinamentos das experiências de vida com reflexões e prolóquios. Tratava-se de transmitir a sabedoria tradicional para as novas gerações. A tradição oral e a escrita, nesse tempo, reproduzia os textos de maneira repetitiva com o objetivo de reiterar o que era ensinado. Havia em seus textos diversos conselhos sobre cuidados que os homens deveriam ter com as mulheres. Também continha ensinamentos a respeito da submissão que homem deveria ter com a ordem natural do universo. Alguns dos ensinamentos se iniciavam com palavras negativas que transmitiam através de um reforço ou conduta, uma sentença positiva, culminando didaticamente numa espécie de pedagogia primitiva, exemplos:

“Não se sente sozinho em um aposento com uma mulher casada e não sorria com uma jovem que é casada, pois um falso caluniador pode causar uma mentira séria; Não compre uma prostituta, ela é o lado afiado de uma foice; Não construas a tua casa próxima da praça pública - existe sempre muita gente por lá; Não deverás falar de forma imprópria, poderá ser perigoso para ti mais tarde”. (Shuruppak)


Filosofia do Direito

As máximas, além de abrangerem a dicotomia existente entre o ignorante e o sábio, também transmitiam uma contraposição entre o bem e o mal. Desse modo, os textos revelavam uma preocupação de construir um padrão de ordem social que teriam sido influenciados pela mitologia sumeriana, em que uma deidade conhecida como “Utu” simbolizava a justiça. Nessa época, os egípcios construíram um grande legado jurídico de regulação civil. Nesse sentido, foram encontrados alguns escritos cuneiformes que faziam alusão a espécies de contratos de compra e venda de imóveis, em que teria o nome de Shuruppak como sendo uma das partes, e servindo como modelos para serem utilizados. Seu legado jurídico também advertia sobre a prática dos crimes violentos e suas consequências, servindo como bússola orientadora das práticas primitivas do Direito consuetudinário.

Filosofia da História

Estudos arqueológicos descobriram fragmentos das instruções em tabloides que foram escavados na localidade de Abu Salabikh e Adab.  A escrita teria sido registrada em formato de cunhas que eram reportadas em placas de barro. Despois de achados, e após serem conservados, os registros foram enviados para grandes universidades para serem transliterados e traduzidos. Partes dos fragmentos possuem abreviações, por isso ainda não foi possível decifrar algumas informações que estão contidas nas tabuinhas. Segundos os arqueólogos, devido ao fato de algumas partes estarem ilegíveis, os registros também possuem lacunas imprecisas e difíceis de elucidar. As Instruções datavam como sendo originárias do início do terceiro milênio a.C, sendo consideradas um dos escritos mais antigos da civilização sumeriana.

Filosofia Sapiencial

+ “O negligente arruína sua família”.

+ "Não compre um burro que zurra e freia demais”.

+ “O dom de palavras é algo que acalma a mente”

+ “Um povo sem rei é como um rebanho sem pastor”.

+ “Meu filho, não amaldiçoe o dia antes de ver a noite”.

+ “Não se sente em um aposento com uma mulher casada”.

+ “Não sorria com uma jovem que é casada; a calúnia é errada”.

+ “Não compre uma prostituta; ela é o lado afiado de uma foice”.

+ “As instruções de um ancião são preciosas; você deve cumpri-las”

+ “O Destino é como a margem de um rio, pode fazer-nos escorregar”

+ “Se um rei ignorar a lei, seu povo cairá no caos e seu país ficará devastado”.

+ “Peguei areia e levantei sal, mas não é nada mais pesado do que uma dívida”!

+ “Um coração amoroso mantém uma família; um coração odioso destrói uma família”.

+ “O rato que colhe grãos nos campos ridiculariza a vespa picando o fruto do pomar”.

+ “Um fio triplo não se rompe rapidamente. A corda tripla dificilmente pode ser cortada”.

+ “O filho que é educado e que é colocado em um obstáculo terá sucesso na vida”.

+ “Não construas a tua casa próxima da praça pública - existe sempre muita gente por lá”

+ “Não tenha relações sexuais com sua escrava, ela o vai tratar com desrespeito”. 

+ “A língua do rei é doce, mas pode quebrar as costelas de um dragão. É como a morte que não pode ser vista”.

+ “Se um rei desrespeita a lei de seu país. Então, o rei dos destinos, mudará seu destino e não parará de persegui-lo com sua hostilidade”.

+ "Você não deve cultivar em uma estrada; Você não deve fazer uma casa no campo: as pessoas podem causar danos nele e prejudicar você”.

+ “Meu filho, não diga tudo o que vem à mente, porque há olhos e ouvidos por toda parte. Cuidado com a boca, para que não falhe. Acima de tudo, cuide da sua boca e do que você ouviu, seja discreto; pois uma palavra é ave, e quem a larga é insensato”.

 

Fontes:

ALSTER, Bendt. As instruções de Shurrupak: uma coleção de provérbios sumerianos. Copenhagen: Akademisk Forlag, 1974.

ANDRÉ. Fontes de Antiguidade Oriental. Site: Antiguidade Oriental: Livros das fontes na rede. Rio de Janeiro: UERJ, acesso em 2023.

ARAÚJO, Emanuel. Escrito para a eternidade: a literatura no Egito faraônico. Brasília: UnB, 2000.

BUENO, André. Textos Sobre a História das Mulheres. Rio de Janeiro: Ebook, 2016.

CARREIRA, José Nunes. Filosofia Antes dos Gregos. Lisboa: Europa-América, 1994.

DONNER, Herbert. História de Israel e dos povos vizinhos. São Leopoldo: Sinodal, 2004.

GIORDANI, Mário. História da Antiguidade Oriental. Petrópolis: Vozes, 1969.

GOETZ, Walter. História Universal: O despertar da humanidade. Madrid:  Espassa-Calpe, 1950.

SITCHIN, Zecharia. O 12 Planeta. Rio de Janeiro: Best Seller, 1976.  

ZABATIERO, Júlio. Uma história cultural de Israel. São Paulo: Paulinas, 2013.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Vicente de Saboia

Vicente de Saboia – (1835 a 1909) d.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Vicente Cândido Figueira de Saboia foi um filósofo cearense ligado as correntes de pensamentos da “filosofia da mente”. Teve grande destaque nas ciências médicas. Ficou conhecido como o “Visconde de Saboia”. Realizou seu estudo básico na cidade do Recife, concluindo aos 14 anos o curso de Humanidades, tendo posteriormente se graduado em Medicina no Rio de Janeiro, aos 23 anos, com a tese sobre “Estreitamento da uretra no homem”. Viajou por vários países da Europa com a finalidade de aprimorar seus conhecimentos médicos. Fez parte de várias agremiações acadêmicas e científicas. Teria sido nomeado para os cargos de diretor da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e médico do paço imperial. Foi também um dos fundadores da Academia Filosófica do Rio de Janeiro. Escreveu sua obra em formato de teses, ensaios, notas, artigos científicos, memórias e discursos. Era filho do Militar José Saboia com a senhora Joaquina Figueira de Melo Saboia. Nasceu na cidade de Sobral, no Ceará, em 1835 e faleceu, em Petrópolis, Rio de Janeiro, em 1909, de arteriosclerose cardio renal. Foi escrito, a seu pedido, em sua lápide, o seguinte epitáfio: "Amou a Deus, a Ciência e a Verdade".

Filosofia da Mente

Nos últimos anos de sua vida, ele teria se dedicado a uma reflexão mais filosófica, com a obra “Vida psíquica do homem”, na qual tratava do materialismo e espiritualismo humano, abordando essa temática sobre uma perspectiva lógico-racional, sem com isso fugir do viés ascético. Seu ensaio transitava por um vasto número de pensadores da história da filosofia, seguindo mais propriamente, seu lado teológico, pela influência escolástica do filósofo São Tomás de Aquino. Saboia levantava reflexões sobre a natureza do conhecimento dentro do homem, relacionando os conhecimentos biológicos do sistema nervoso com questões da alma que estavam ligadas a psique. Colaborou com a mentalidade histórica ao montar exposições artísticas na área da saúde e construir museus como o de Ciências Naturais. Nesse sentido, seus estudos foram muito importantes para as áreas de psiquiatria, psicologia e filosofia no Brasil.

Filosofia da Educação

Sistematizou um projeto de pesquisa que serviu de base para a reforma do “Ensino Médico no Brasil”. Esse projeto ficou conhecido como “Reforma Saboia”. Teria sido designado para elaborar um planejamento completo de reforma do Ensino Superior, com isso foi estabelecido o chamado “Ensino Livre”. Seu trabalho teria sido muito importante e funcionou, em sua época, como um elo para transformação do ensino básico, médico e superior. Suas reformas no ensino teriam sido influenciadas por ideias progressistas e renovadoras do sistema liberal. Em seu campo de atuação e pesquisa sobre a educação médica, ele teria ajudado a reestruturar outras profissões na área da saúde, como os cursos de odontologia, farmácia e outras que possuíam certas relações afins com a Medicina. Uma das principais medidas realizadas por ele foi o aumento de disciplinas que visavam melhorar a qualidade dos cursos, e a inclusão das mulheres na faculdade de Medicina. Algumas mudanças de cunho progressista foram consideradas polêmicas para época, tendo sofrido resistência por partes de certos grupos políticos. Mesmo assim, o Visconde seguiu firme em seu plano de remodelação da educação. Nesse contexto, ele chegou a afirmar que:

“Quando a bandeira da liberdade de ensino se hastear no topo do velho e carunchoso edifício da Faculdade, e surgirem ali os gabinetes e laboratórios experimentais, a ciência médica brasileira se fundará, e o Brasil tomará cientificamente o seu lugar no congresso das primeiras nações civilizadas”. (Saboia, 1903).

Filosofia Clínica

Na área da saúde, ele desenvolveu alguns métodos de abordagem sobre a prática clínica. Explicava que a clínica cirúrgica trabalhava as técnicas médicas de instrumentalização com ênfase nas ações manuais. Introduziu no Brasil a técnica do método antisséptico aplicado à cirurgia, tendo como finalidade combater as infecções que se originavam durante os procedimentos cirúrgicos. Aperfeiçoou técnicas de “atadura gessada” para imobilização de fraturas. Ajudou na ampliação das áreas clínicas, criando novos campos de atuação como a dermatologia, obstetrícia, psiquiatria e a oftalmologia. Melhorou as instalações dos laboratórios e ambulatórios para otimização do ensino na área de saúde. Foi considerado um precursor da área de ortopedia no Brasil e um dos mais importantes cirurgiões da pátria.   

Curiosidades:

É considerado patrono das cadeiras de número 40 da Academia Cearense de Letras, número 1 da Academia Cearense de Medicina e 63 da Academia Nacional de Medicina. Cadeira 39 da Academia Cearense de Ciências, Letras e Artes do Rio de Janeiro. Cadeira 25 da Academia Sobralense de Estudos e Letras. Foi sócio correspondente da Academia Cearense, e do Instituto do Ceará. Recebeu a comenda da Imperial Ordem de Cristo e o título de oficial da Imperial Ordem da Rosa. Também fez parte de algumas agremiações científicas internacionais.

Obras:

Lições de Clínica Cirúrgica; A vida psíquica do homem; O Sr. Dom Pedro II; O Acadêmico; Teses, Ensaios e Dissertações; Cursos Práticos e Teóricos da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro; Gazeta Medica do Rio de Janeiro; Anais Brasilienses de Medicina; Revista Médica; Discursos e Relatórios. 

Fontes:

ARAÚJO, Achilles Ribeiro. O Visconde de Saboia: Sua vida, Sua Obra e Seu Exemplo. Rio de Janeiro: Pongetti, 1971.  

BARROSO, Sebastião. O Médico das grandezas e misérias humanas. São Paulo: IHGB, 1938.

FERREIRA, Edgardo Pires. Árvore genealógica de José Figueira de Saboya. Site: A mística do parentesco. Publicado em 2015. Internet: Acesso em 2023.

FERREIRA, Luiz; FONSECA, Maria; EDLER, Flávio. A faculdade de medicina do Rio de Janeiro no século XIX: a organização institucional e os modelos de ensino. Espaços da Ciência no Brasil: Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2001.

FILHO, Gerardo Cristino; MONT’ALVERNE, Giovana Saboya. A Filosofia como princípio e a Medicina como missão. Sobral: UFC, 2011.

FRANCA, Leonel. Noções de História da Filosofia. Rio de Janeiro: Livraria Agir Editora, 1965.

GIRÃO, Raimundo. A Academia de 1894. Fortaleza: ACL, 1975.

LACAZ, Carlos da Silva. Visconde de Saboia. Revista do Instituto do Ceará. Fortaleza: IHGACE, 1974.

SABOIA, Vicente. A Vida Psíquica do Homem. Ensaio filosófico sobre o Materialismo e o Espiritualismo. Rio de Janeiro: Laemmert & C. Editores, 1903.

SACRAMENTO, Blake. Dicionário Bibliográfico Brasileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1902.

STUDART, Guilherme. Dicionário Bio-Bibliográfico Cearense. Fortaleza: Typografia, 1910.

TOMÉ, Geraldo de Sousa. Vicente Cândido Figueira Saboia: Visconde de Saboia. Site: Academia Cearense de Medicina. Fortaleza: ACM, acesso 2022.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Trasímaco da Calcedônia

Trasímaco da Calcedônia – (455 a 400) a.C

Autor: Alysomax soares

Introdução

Foi um filósofo da Grécia antiga pertencente à escola de pensamento denominada de sofismo. Atuou como advogado e chegou a exercer sua profissão em Atenas. Exerceu também a atividade política, escrevendo discursos para outros pensadores e trabalhando como diplomata. Estudou Retórica, Política, Filosofia e Direito. Escreveu alguns tratados sobre retórica com ênfase em problemas históricos, jurídicos, políticos e filosóficos. O significado etimológico do seu nome seria “lutador feroz”. O filósofo Aristófanes cita em uma de suas obras que Trasímaco teria realizado grandes inovações no campo da retórica. Foi citado também como personagem de algumas obras de Platão. Vivenciou alguns capítulos da guerra do Peloponeso. Nasceu por volta de 455 a.C, na localidade da Calcedônia e acredita-se que tenha falecido na sua terra natal, em meados de 400 a.C.   

Filosofia da Linguagem

Trasímaco desenvolveu um método chamado de “concórdia” que servia como instrumento de conciliação dos conflitos discursivos, pois, segundo ele, as contradições dos discursos só seriam contrárias na aparência, ou seja, todas as contradições são meramente aparentes, havendo algo em comum a todos os discursos. Ele utilizava um exemplo prático, explicando que em uma situação política a cidade poderia sofrer dois tipos de conflitos argumentativos: um externo e outro interno. O externo causaria as guerras travadas com outras cidades e o interno promoveria a discórdia política entre partidos. Posto isso, a solução desse conflito estaria em dois campos principais: pensamento e ação. Nesse sentido, ele advertia que dentro do conflito as partes se tornavam cegas e passavam a acreditar que no campo do pensamento só existiria a possiblidade de oposição de ideias, deixando de observar que no campo prático da ação, as partes pretendiam, na realidade, fazerem as mesmas coisas, isto é, elas teriam o mesmo objetivo em comum. Portanto, ao perceberem que apenas na teoria uma afirmação estaria contida na outra, logo seria possível, para as partes, realizarem uma reconciliação de ideias sobre o ponto de vista prático.

Filosofia Político-jurídica

Ele acreditava que a ideia de governo era oposta ao conceito de justiça, pois o motivo que o governante teria para governar seria um motivo egoístico, visando somente o interesse próprio. O governante desejaria apenas vantagens para si e não teria interesse nos benefícios dos governados, ao contrário disso, a justiça estaria sempre interessada na realização do bem para os outros e não para si. O agente que praticasse um ato de justiça, por exemplo, praticava esse ato, para alguém, visando sempre um benefício “ao outro”.  Nesse sentido, ele chegava à conclusão de que a justiça seria um “bem para o outro”. A justiça nunca seria um bem para aqueles que a buscavam, pois enquanto ela causava danos aos governados, ela promovia benefício para os governantes, dessa forma, a justiça seria aquilo que estaria positivado através da lei. Argumentava que o governante muitas vezes se aproveitava da justiça para obrigar que os governados se submetessem as suas vontades. Para ele, um indivíduo justo era sempre mais ingênuo que o injusto, desse modo ele seria facilmente enganado pelo injusto nas relações sociais existente entre eles, pois o injusto teria sempre mais vantagens, enquanto o justo teria cada vez menos precedência. Dessa maneira, o sistema de governo vigente, obrigava o homem justo a ficar em uma posição de inferioridade, em relação ao injusto.

Filosofia Moral

Segundo seu ponto de vista, os cidadãos da “polis” grega desejavam como valor supremo a busca desmedida do prazer. Para conseguir esse objetivo hedonista, os indivíduos buscariam o poder para instrumentalizar a conquista de seus desejos. Nesse contexto, apenas os cidadãos mais fortes, ou seja, os corajosos e intelectuais, conseguiam chegar ao poder, por isso os mais fracos estariam predestinados a serem dominados pelos mais fortes. Dizia que a justiça seria a “conveniência do mais forte”, ou também, que a justiça seria o que era mais vantajoso para o mais forte. Dessa forma, ele explicava que a justiça era definida pelo interesse do mais capacitado. Sua visão era considerada realista, pois era baseada nas experiências sociais. Assim, ele explicava que aquele que possuísse o “kratus”, isto é, o poder, seria o mais forte, por isso ele utilizava esse poder para definir as leis a seu favor, dessa maneira, quem contrariasse a lei estaria cometendo uma injustiça.

Ao contrário do que muitos teóricos pensam sobre seu modelo de pensamento, ele não visava legitimar o poder que o governo detinha, mas apenas advertir as classes populares sobre o real interesse dos governantes. Trasímaco foi um forte crítico do sistema de justiça e das leis de seu tempo, pois ele acreditava que esse sistema social e jurídico, estava corrompido e distorcido, servindo apenas aos interesses dos mais poderosos, visto que, revertia o poder da força política, em norma bruta. Nessa perspectiva, seu objetivo principal era atacar o poder e as leis, e não propriamente os governantes.

Filosofia Sofística

Para compreender seu raciocínio, ele citava o exemplo dos delinquentes que cometiam pequenos delitos e injustiças, e que por isso eram capturados, ou também como os criminosos e os ladrões que faziam pequenos furtos, esses eram punidos, presos ou mortos. Enquanto que aqueles que causavam grandes injustiças, e que eram completamente injustos, como os tiranos, esses eram vistos por todos como sendo um grande exemplo de vida a serem seguidos, tanto pelos governados como pelas pessoas que assistiam a maneira inescrupulosa em que elas chegavam ao poder. Trasímaco também utilizava a metáfora dos pastores com o rebanho, em que dizia que assim como os pastores engordavam seu rebanho com o objetivo de comer sua carne ou vendê-los, assim também são os governantes, que às vezes fazem o bem aos governados, apenas com o interesse de usá-los futuramente.  

Sócrates combatia o pensamento de Trasímaco afirmando que esse tipo de discurso deveria ser apresentado apenas na esfera privada, não podendo ser externalizado em público. Nesse sentido, ele apresentava um contraponto mais idealizado do conceito de justiça. Para Sócrates, assim como um médico utilizava sua profissão com o intuito de salvar uma vida, fazendo bem ao próximo que estaria debilitado e fraco, e não a si mesmo, assim também seria um governante ao governar, ou seja, o objetivo do governante seria usar sua profissão para ajudar os governados. Como os governados são os mais fracos, então o governante utilizava sua função em prol dos mais fracos. Conclui-se, então, na visão de Sócrates, que o governo não existiria para o bem de si mesmo, mas sim para o bem dos governados. Ainda de acordo com Sócrates, Trasímaco teria se equivocado ao definir seu conceito de justiça, equiparando essa ideia ao conceito do que era mais vantajoso e menos vantajoso, não trazendo luz a definição real de justiça e injustiça.

Filosofia Sapiencial

+ “A justiça diz respeito à obediência as leis”.

+ “A justiça seria a conveniência do mais forte”.

+ “O artífice é bom naquilo que é sensato, e o não artífice é mau naquilo em que é ignorante”

+ “As leis humanas são meras convenções destinadas a impedir que o melhor e o mais forte prevaleçam”.

+ “Aqueles que criticam a injustiça não a criticam por recearem praticá-la, mas por temerem sofrê-la”.

+ "A traição nunca prospera. Por quê? Porque se prosperar, ninguém mais chamará isso de traição”.

+ “Aquele que conhece é sábio e o sábio é bom. O homem que é bom e sábio não quererá exceder o que lhe é semelhante, mas sim o que é diverso; o homem que não conhece é mau e ignorante, e quer exceder o que lhe é semelhante e seu contrário”.

 

Obras:

- Discursos Deliberativos

- Grande Tratado de Retórica

 

Fontes:

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Edipro, 2009.

CASSIN, Barbara. O Efeito Sofístico: filosofia, retórica e literatura. São Paulo: PUCC, 2005.

CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia. Vol. 2. São Paulo. Companhia das letras. 2010.

CONRFORD, Francis. As origens do pensamento filosófico grego. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1952.  

GUTHRIE, William. Os Sofistas. São Paulo: Paulus, 2007.  

JAEGER, Werner. Paidéia: A formação do homem grego. São Paulo, Martins Fontes, 1989.

KERFERD. George. O movimento sofista. trad. Margarida Oliva. Edições Loyola, São Paulo: 2003.

MCCOY, Marina. Platão e a retórica de filósofos e sofistas. São Paulo: Madras, 2010.

PLATÃO. A República. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. 9 ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.

REALE, Giovanni. ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média. 3.ed. Vol.1. São Paulo. Paulus.1990.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Epimênides de Creta

Epimênides de Creta – (630 a 500) a.C

Autor: Alysomax Soares

Introdução

Foi um filósofo grego do período arcaico que viveu na ilha de Creta. Pode ser considerado um filósofo hiperbóreo. Seu nome figura em algumas listas como sendo um dos sete sábios da Grécia antiga. Ele também foi poeta, místico e profeta. Seus estudos místicos lhe renderam a fama de “homem estranho”. Foi descrito por alguns historiadores como sendo uma espécie de mago. Muitos pesquisadores divergem sobre a parte exata da ilha onde ele nasceu, porém todos concordam que seria em uma cidade situada dentro da ilha de Creta. Teria sido criado em uma família de pastores e era visto como um dos poucos filósofos, dessa época, que acreditava no monoteísmo, isto é, na crença em apenas um único Deus.

Conceituava que não era possível ao homem conhecer certos mistérios de Deus, dessa forma, refutava alguns mitos descritos pelos oráculos. Escreveu algumas obras em versos os quais se perderam no tempo. Suas obras transcorriam sobre temas de caráter teogônico, cosmogônico e mitológico, diante disso, elas conectavam noções de natureza, arte, religião e política. Foi provavelmente o inventor do gancho e do arado. Esteve em Atenas na época do famoso legislador Sólon, tendo inclusive o ajudado em algumas reformas religiosas, políticas e jurídicas. Utilizava cabelos longos, fato esquisito para a cultura onde ele vivia. Estranha-se também o fato de seu corpo ter sido encontrado coberto de tatuagens enigmáticas, pois essa prática era incomum na Grécia antiga. Floresceu aproximadamente entre os anos 630 a.C a 500 a.C.

Filosofia da Natureza

Sua teogonia se ancorava na ideia de que o universo teria se formado a partir de cinco estágios inicias da matéria. Para Epimênides, dentro desses estágios iniciais, havia uma dualidade de princípios que originavam tudo no universo, esses princípios seria o “ar” e a “noite”, assim sendo, ele acreditava que para a realidade ser formada, o “ar” se unia a “noite” e a “noite” se unia ao “ar”, nesse sentido, a composição desses dois princípios determinavam as formas e criavam outros princípios, tornando tudo visível. Dessa maneira, o “ar” e a “noite” formavam todas as coisas. Eles originavam inicialmente o “tártaro”, depois se formaria o “oceano-terra”, e desse elemento se daria origem o “ovo-primordial”. A partir do “ovo- cosmogônico” surgiria sistematicamente uma nova ordem cósmica. Alguns pensadores acreditam que o elemento “oceano-terra” pode ser considerado também como sendo dois “titãs” que teriam dado origem ao “ovo-primordial”. Epimênides explanava a respeito da origem dos Dióscuros, dizia que eram gêmeos, macho e fêmea, um chamado de “tempo”, como sendo uma “mônada”, e o outro chamado de “natureza”, como sendo uma “díade”; pois da “mônada” e da “díade”, todos os números que produzem vida e alma surgiram.

No campo da astronomia, ele chegou a sistematizar alguns saberes cosmológicos como, por exemplo: a nomenclatura de estrelas e a identificação de algumas constelações. Existem relatos de que Epimênides teria atuado também como médico, realizando curas contra a epilepsia. Acredita-se que ele se alimentava de ervas e plantas que ele denominava de “alimon” (livre de fome). Ele evitava realizar suas refeições na frente das pessoas. Alguns relatos antigos dão conta de que Epimênides comia alimentos simples e de fácil digestão, ele seguia uma espécie de dieta vegana. Porém, como as pessoas não o viam, retirar-se para ir ao banheiro fazer suas necessidades básicas, elas especulavam que seria porque ele comia alimentos mágicos. Considerava que as paixões seguiam duas vias: a do prazer e a da dor. Nesse sentido, o homem não deveria evitar, de maneira desprendida, às paixões, mas precisaria saber dosá-las na medida certa, pois as paixões seriam algo natural ao homem, e ele necessitava controlá-las a fim de evitar atos ruins que se excederiam delas. Nesse contexto, ele pontuava que a dor, a raiva, o ódio e o ciúme poderiam ser bons para os homens se fossem utilizados com moderação, pois fariam parte do instinto humano como meio de sobrevivência.  

Filosofia Ascética

Existem algumas narrativas esotéricas sobre a vida de Epimênides, alguns filósofos descrevem histórias místicas a seu respeito, afirmando que ele conseguia passar vários anos dormindo em lugares reclusos, outros dizem que isso era apenas um procedimento variante da meditação. Ele seria adepto da letargia, que era uma prática de meditação do sono, onde profetizava suas experiências ao acordar. Em torno desses mistérios que contam ao seu respeito, havia um que dizia que ele conseguia fazer a alma viajar fora do seu corpo, ou seja, cultivava a viagem astral. Ele teria influenciado alguns dos pensamentos da escola Pitagórica, como, por exemplo, a ideia de reencarnação da alma. Estudou temas relacionados às religiões órficas e xamânicas. Realizava cerimônias para consagrar templos e purificar casas. A chamada expressão: "Pele de Epimênides", era assim descrita, com o objetivo de designar uma coisa oculta. Acredita-se que sua pele teria sido preservada em formato de amuleto da sorte em algumas regiões da Grécia antiga. Conseguiu prever com dez anos de antecedência a guerra entre gregos e persas. 

O milagre de Epimênides

O filósofo estranho ficou bem conhecido na Grécia antiga quando foi chamado para ajudar a cidade de Atenas a se livrar de uma praga que assolava toda a região. A história conta que quando os atenienses já haviam procurado por várias pessoas de vários lugares e feito oferendas para vários deuses, a fim de se livrarem da praga, e por fim não obtiveram nenhum resultado, então, lembraram-se do filósofo Epimênides que dizia acreditar em apenas um Deus criador de tudo. Diógenes Laércio, um filósofo historiador, conta que a cidade de Atenas, nessa época, possuía um número gigantesco de estátuas de deuses pelas ruas. Ele relata que Epimênides, indo a Atenas para purificar a cidade, fez cessar a peste do seguinte modo:

 

Reuniu ao alvorecer ovelhas famintas, algumas de cor preta e outras brancas e depois as conduziu ao Areópago para uma parte onde havia muita relva e pasto, logo em seguida, fez uma oração, e após a oração, naquele local, deixou-as seguir para onde as ovelhas quisessem, mandando aos homens que também as seguissem e no exato lugar em que elas parassem e se deitassem ao invés de comer o pasto, fosse ali erguido um altar. Muitos incrédulos não acreditavam no milagre ao ver que as ovelhas se deitavam estando todas sedentas de fome. (Diógenes Laercio, 2008)

O povo da cidade teria seguido todas as orientações dadas por Epimênides, e após esse fenômeno espiritual, a praga enfim teria sumido. Depois de todo o acontecido, o povo de Atenas perguntou a Epimênides como era o nome do Deus que solucionou esse problema da praga, então, ele teria respondido: “Construam um altar no Areópago e escrevam nele: “Ao Deus desconhecido”. Segundo contam alguns historiadores, ainda hoje se encontra em alguns lugares de Atenas as provas do altar anônimo que foi erguido para a purificação da cidade.  Parte desse relato foi descrito pelo apóstolo Paulo no livro de atos 17:23.

 

Estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: “AO DEUS DESCONHECIDO”. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio. (BÍBLIA, Atos, 17:23). 

 

Os Paradoxos de Epimênides

Outro relato interessante sobre sua vida também foi citado pelo apóstolo Paulo no livro de Tito 1:12, em que ele diz: “Epimênides, que era cretense disse que; “Todos os cretenses são mentirosos”.  Dessa citação incompleta se originou um paradoxo conhecido como “o paradoxo do mentiroso”. Porém, a passagem descrita no livro bíblico não tinha a intenção de descrever o citado paradoxo e sim de revelar uma crítica de Paulo aos filósofos e habitantes da ilha que viviam de maneira imprópria, pois a passagem correta seria: um deles, seu próprio profeta, disse: “Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos”. O referido paradoxo também foi muito popular na antiguidade. Desse modo, a popularidade da frase tinha um viés de demonstrar o paradoxo, já à frase de Paulo tinha a intenção de orientar e atestar a verdade da sua fé. Mesmo diante do equivoco a passagem é utilizada para estudo dos paradoxos da linguagem.

Outro paradoxo conhecido é o “paradoxo de Epimênides”, em que é descrito um enigma que não possui uma solução concreta. As tentativas de resolução da charada levam sempre a um paradoxo, pois assim como no paradoxo do mentiroso, qualquer escolha entre a verdade ou a mentira, irá sempre levar a outro paradoxo, ou seja, uma verdade que é mentira ou uma mentira que é verdade. O “paradoxo de Epimênides” é descrito da seguinte maneira:

 

Era uma vez um acusado que disse: “Enquanto a minha mentira não for desvendada, continuarei mentindo.”. Em seguida o juiz disse: “Se o acusado mentir, seu advogado também mentirá”. Por fim o advogado disse: “Quem for capaz de desvendar a minha mentira dirá a verdade.” Qual deles está mentindo?

 

Existem outras variações do paradoxo do mentiroso, dentre elas, está uma atribuída ao filósofo Eubulídes de Mileto que diz assim: “Se tu afirmas mentir e dizes que isso é verdade, mentes ou dizes a verdade?”.

Filosofia Sapiencial

- “Porque nele vivemos, e nos movemos e existimos”.

- “Também eu sou da estirpe de Selene dos belos cabelos”.

- "Paixões, não as destrua, mas observe-as sem restringir demais”.

- “Não adivinho o futuro, apenas descubro no passado os erros que são cometidos no presente”.

- “Eu também sou da raça da lua de belas tranças, que com um tremor terrível sacudiu o leão selvagem; e estrangulando-o em Nemeia por causa da reverenciada Hera, a força divina de Heracles o venceu”.

- “Os homens vivem em densas trevas sobre o futuro. Se os atenienses soubessem quanta desgraça este porto lhes trará, eles o comeriam agora mesmo. Os atenienses o comeriam com seus próprios dentes, se previssem o mal que faria à cidade”.

Curiosidades:

Segundo relatos, depois de parar por alguns dias em Atenas, Epimênides teria ordenado seu retorno imediato. Os atenienses então lhe prepararam um navio e deram-lhe moedas pelo seu trabalho realizado, mas o filósofo agradeceu, recusou o dinheiro e disse que queria apenas a amizade dos atenienses e um galho de uma oliveira.

Contra o mito: Há um mito segundo o qual águias e cisnes, levados das extremidades da Terra ao centro dela, para ali desciam, para Delfos, até o chamado “umbigo da terra”. Em seguida Epimênides, ao investigar ou refutar o mito junto do oráculo dos deuses, e recebendo uma resposta obscura e ambígua, assim escreveu: “Nem na terra nem no mar há no meio um umbigo; e mesmo que haja é evidente aos deuses, mas está escondido aos mortais”.

Conta-se uma lenda que Epimênides um belo dia teria sido mandado pelo seu pai aos campos em busca de ovelhas perdidas, no entanto, ele adormeceu em uma caverna, e ali permaneceu adormecido por cinquenta e sete anos. Durante seu sono profundo ele teria sonhado com a bondade, a justiça e a verdade que foram as fontes de sua sabedoria. Depois, tendo acordado após aquele tempo, ele foi procurar as ovelhas novamente, acreditando que tinha apenas dormido um pouco. Assim que voltou para sua casa, encontrou ali pessoas que lhe perguntaram quem ele era, pois não o reconheciam, até que encontrou seu irmão mais novo, que já havia envelhecido, foi então que seu irmão lhe reconheceu e explicou toda a verdade. A partir desse momento compreendeu que era amado pelos deuses e que tinha um vínculo especial com eles. Uma vez reconhecido, espalhou-se entre os gregos a opinião de que Epimênides era muito querido pelas divindades. 

Comentários de Filósofos

- A primeira sociedade constituída é a família, e com razão dizia o poeta Hesíodo: — "Primeiro, casa, mulher e boi de carro". Porque o boi é o criado do pobre. Assim, pois, a sociedade estabelecida segundo a natureza para atender as necessidades quotidianas, é a família, a cujos membros Charondas chamam de "companheiros", e Epimênides, de Creta, de "comensais" ("companheiros" são os que comem o mesmo pão, e "comensais" os que se sentam à mesa). (Aristóteles em “A cidade”).

- Epimênides chama os membros da mesma família de companheiros da fumaça. (Aristóteles, Política).

 Obras:

Teogonia de Epimênides; Crétrica;  Sacrifícios e Purificações; Constituição de Creta e História cretense; Tratado sobre Minos e Radamanto; Argonáutica; Chresmos ou Oráculos; Expedição dos Colcos; Atribuições pseudoepígrafas; Epítetos favoritos do céu; Origem dos Curetes e Coribantes; Poema Útil e Puro

Fontes:

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 5º ed. São Paulo: Martins, 2007.

ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Edipro, 2009.

BÍBLIA, N.T. Atos. In Bíblia. Português. Sagrada Bíblia. Antigo e Novo Testamento. Trad. José Simão. São Paulo: Sociedade Bíblica, 2008. 

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