Myía de Crotona - (522 a 472) a.C
Autor: Alysomax Soares
Introdução
Foi uma filósofa da antiguidade grega
pertencente à escola pitagórica. Era considerada uma grande poetisa erudita. Destacou-se
nos conhecimentos relacionados à pediatria, educação infantil, educação feminina
e a ética familiar. Teria sido provavelmente, uma das filhas de Pitágoras com a
filósofa Theano. Dedicou-se as áreas da Filosofia, Matemática, Poesia e
Enfermagem. Suas possíveis irmãs seriam: Esara de Lucânia, Damo e Arignote.
Grande parte do legado dessa filósofa antiga foi registrada por doxógrafos e filósofos
da época que relataram pequenas citações sobre a sua vida e obra. Biógrafos
antigos a descrevem como sendo uma filósofa que possuía uma beleza admirável. O
nome “Myia” no grego antigo tem o significado de mosca, porém
outros tradutores dizem que pode ser também compreendido no sentido de voar e
que ela teria recebido esse nome em homenagem a uma estrela. Seu nome também é
traduzido por historiadores como sendo “Mia”. Ela teria sido casada com um
atleta muito famoso em sua época conhecido por Mílon de Crotona. Seu marido
Mílon desenvolveu vários métodos e técnicas de musculação e halterofilismo,
sendo considerado um homem muito forte, em sua época. Ele competiu em várias modalidades
olímpicas como o levantamento e o arremesso de pesos. Também inovou importantes
conhecimentos na área de nutrição esportiva. Myia nasceu próximo ao ano de 522
a.C e a data exata de sua morte é incerta, entretanto se especula que tenha
falecido por volta de 472 a.C.
Filosofia Medicinal
Historiadores da filosofia afirmam
que “Myia” gostava de escrever poesia e se destacava em um
coral litúrgico ao qual liderava. Essas fontes destacam que ela tinha um
comportamento muito religioso e que por isso, era muito polida em sua conduta
moral. Redigiu uma carta para sua filha explicando sobre cuidados básicos com
crianças recém-nascidas, nessa carta ela descrevia ensinamentos importantes
sobre como manter o equilíbrio e a harmonia nos cuidados primaciais do bebê.
Também discorria sobre as necessidades que são por natureza sensível ao
desenvolvimento moderado do nascituro. Myia e suas irmãs teriam herdado de sua
mãe Theano, importantes conhecimentos médicos, por isso, existem indícios de
que elas teriam atuado também na área da Medicina e Enfermagem infantil. As
filósofas dessa escola ajudaram na formação de um pensamento pitagórico feminino,
conceituado como “administradoras do lar” ou “filósofas do lar”, sendo esse
pensamento, considerado para a época, de grande relevância social.
Um ponto fundamental que é destacado em
sua filosofia seria a aplicação do principio da harmonia na vida doméstica da
mulher. De acordo com seus escritos, a natureza do bebê exige por si mesmo um
cuidado moderado, principalmente na alimentação, aquecimento e vestimentas.
Segundo essa filósofa, uma boa enfermeira deveria observar o tempo de maneira
comprometida com os deveres de vigilância da criança, sabendo ter
prudência e zelo nos cuidados do recém-nascido. Essa ponderação deveria se
iniciar na gestação e acompanhar o desenvolvimento do nenê. Esses ensinamentos
eram importantes tanto para a mãe como também para as mulheres que auxiliavam
as lactantes nos atendimentos básicos. Mesmo com poucas informações sobre a sua
vida é possível compreender a importância dessa filósofa na cultura local e no
papel social que ela desenvolveu em seu tempo. Mulheres como “Myia” tiveram
bastante relevância no desenvolvimento dos primeiros cuidados relativa à
criança. Pontuando conceitos de enfermagem que iam desde os primeiros meses de
gravidez, até ao processo de maturação do recém-nascido.
Filosofia Pitagórica
Os pitagóricos, dessa época, tinham uma
ideia de que os números ímpares eram uma representação do universo masculino e
os números pares seria a interpretação do mundo feminino. Nessa escola de
pensamento havia uma forte comparação entre o homem e o universo, por isso a
escola pitagórica trabalhava a ideia de que o homem seria uma cópia em
miniatura do universo. Ademais, as mulheres seriam vistas também como parte da
natureza dos números podendo ocupar um espaço na escola pitagórica. Myía dissertou
sobre a aplicação dos princípios pitagóricos no cotidiano familiar da mulher e
também a respeito da conduta correta que a esposa deveria ter no seio do lar. Tanto
ela como sua mãe, lecionaram acerca da moral sexual em relação à intimidade
entre casais. Myia ajudou na escola pitagórica a construir conhecimentos sobre
a vida comedida e virtuosa que a mulher deveria seguir no matrimônio, essas
ideias foram importantes para compreender o papel moral e ético da mulher na
cultura pitagórica. Do ponto de vista histórico ela é vista como uma figura
lendária, sendo venerada não apenas pelos conhecimentos que detinha, mas também
por uma notável elegância.
Filosofia Sapiencial
+ “A natureza deseja o que lhe convém, mas não o que é extravagante”.
+ “Observe com atenção qual deve ser o
ar que seu filho respira. Nem muito quente, nem muito frio”.
+ “Um bebê naturalmente deseja as
coisas com moderação, e seu cuidador deve atender a essas necessidades com
moderação”.
+ “A natureza da criança deve ser
sempre cuidada; pede-se que suas necessidades sejam bem atendidas, mas sem
superficialidade ou magnificência”.
+ “Também é necessário que aqueles que
estão sendo educados, exercitem-se perto de coisas que o assustam, mesmo que
isso o assuste. Como aflições e sofrimentos, para que não se tornem escravos dessas
paixões e vícios, nem famintas por prazeres, nem avessas ao esforço; mas honre
as coisas nobres acima de tudo, afastando-se dos feitiços dos prazeres,
mantendo-se constante no esforço, assim se tornarão mais fortes”.
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